O presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, criticou, esta terça-feira, a contratação do ex-diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, como consultor de Fernando Medina para políticas públicas no Ministério das Finanças.
Numa publicação feita esta manhã no Twitter, Pedro Filipe Soares, classificou a contratação como "absolutamente criticável" e "um exemplo do pântano das maiorias absolutas".
O deputado do Bloco de Esquerda apontou que "Medina vai pagar uma avença ao amigo que já lha pagou na TVI" e acrescentou que "as escolhas públicas não podem estar reféns de redes de amigos ou do pagamentos de favores".
O bloquista frisou ainda que a contratação "é também exemplo de como o Governo escolhe pagar bem a subserviência e a lealdade política, enquanto rejeita valorizar a competência e a idoneidade na Administração Pública".
"São as marcas de um partido que se confunde com o Estado: não quer bons trabalhadores, prefere boys e girls", concluiu Pedro Filipe Soares.
A contratação de Sérgio Figueiredo é absolutamente criticável: Medina vai pagar uma avença ao amigo que já lha pagou na TVI.
— Pedro Filipe Soares (@PedroFgSoares) August 9, 2022
As escolhas públicas não podem estar reféns de redes de amigos ou do pagamentos de favores.
Mais um exemplo do pântano das maiorias absolutas (1/2)
Refira-se que a notícia de que Sérgio Figueiredo havia sido contratado como consultor no Ministério Público foi avançada na segunda-feira pelo jornal Público. Segundo o jornal, o jornalista irá desempenhar o cargo de consultor estratégico executando a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas com serviços de consultoria especializada.
Note-se ainda que o contrato por ajuste direto terá a duração de dois anos e a remuneração será equiparada e limitada ao vencimento base do ministro das Finanças. Quer isto dizer que Sérgio Figueiredo irá auferir um vencimento base bruto de 4.767 euros. Já terá começado a desempenhar as funções a 29 de julho.
Nascido em 1966, Sérgio Figueiredo já foi diretor do Diário Económico e do Jornal de Negócios, tendo também trabalhado para o canal televisivo RTP2. Entre 2007 e 2014 foi diretor da Fundação EDP e, entre 2015 e 2020, foi diretor de informação da TVI.
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