Livre afirma que a celebração "não se adia" e fala em "momento ameaçador"

A porta-voz do Livre Isabel Mendes Lopes rejeitou hoje adiamentos da celebração da revolução do 25 de Abril de 1974 e apelou ao voto, considerando que o país vive um "momento ameaçador".

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Lusa
25/04/2025 11:00 ‧ há 7 horas por Lusa

Política

25 de Abril

"A celebração do 25 de Abril não se cancela, não se adia. A liberdade não se festeja com reservas, muito pelo contrário, festeja-se de forma plena juntos e juntas", defendeu a também líder parlamentar do Livre, que falava na sessão solene comemorativa do 51.º aniversário da Revolução dos Cravos e do cinquentenário das primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte.

 

Este reparo da dirigente do Livre surge depois de o Governo ter aprovado, na quarta-feira, o decreto que declarou três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco, a cumprir até sábado.

Nessa ocasião, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anunciou que o Governo cancelou toda a "agenda festiva" e adiou as celebrações relativas ao 25 de Abril, alegando que o luto nacional pelo Papa Francisco implica reserva nas comemorações, decisão que mereceu críticas de alguns partidos à esquerda.

Numa intervenção na qual lembrou Celeste Caeiro, a mulher que deu nome à Revolução dos Cravos ao distribuí-los pelos militares nas ruas, Isabel Mendes Lopes realçou que "é destas ações, planeadas ou por acaso, individuais ou coletivas, que a História se vai fazendo" e fez um apelo ao voto.

"Nesta altura em que tanto à nossa volta parece tão ameaçador, é mesmo importante termos noção do momento que estamos a viver. O momento é mesmo ameaçador. A História mostra-nos como é tão fácil cair em ditadura, como é fácil quem quer usar o poder para si tomar conta do poder, mesmo quando os sinais estão todos lá", alertou.

A líder do Livre salientou que "os sinais estão todos aí", dentro e fora de Portugal, enumerando "o discurso de ódio, o atacar das instituições democráticas, o descrédito da política, o ataque à imprensa e aos jornalistas, a descrença da ciência, a promiscuidade entre poder político e homens com fortunas maiores do que muitos países".

"Votem como se a nossa vida e liberdade dependessem disso, porque na verdade, dependem", apelou.

A figura central do discurso de Isabel Mendes Lopes foi Celeste Caeiro, que num gesto fruto do acaso fez história e transformou o cravo "no símbolo da liberdade".

Apesar de ter sido "um acaso", Isabel Mendes Lopes defendeu que tal gesto "não foi uma coincidência", porque Celeste Caeiro e os milhares de portugueses que saíram à rua naquele dia "tinham noção do momento que se estava a viver" e do que aquela data representava para o país.

Enaltecendo a afluência às urnas nas primeiras eleições livres, um ano depois da revolução, Isabel Mendes Lopes comparou o gesto de Celeste Caeiro, simples, mas marcante, ao ato de ir votar.

"A energia do pós-25 de abril que nos deu o nosso SNS, a nossa Constituição, a nossa Escola Pública, que resgatou Portugal de décadas de atraso, é a energia que precisamos para trabalhar pelo país que sabemos ser possível, na Europa que sabemos ser possível, no mundo que sabemos ser possível. Um Portugal mais livre, onde as oportunidades e os sonhos não dependam do lugar onde se nasce, onde a família onde se nasce, onde o conhecimento é de mãos dadas, com a cultura, com a experiência, um Portugal onde seja bom viver. Este é um momento para fazermos história, a nossa história, contigo, comigo, connosco", rematou.

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