A menos de um mês das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, já em ambiente de pré-campanha, a maioria dos partidos escolheu os seus líderes para discursar: Pedro Nuno Santos pelo PS; André Ventura pelo Chega; Rui Rocha pela Iniciativa Liberal; Mariana Mortágua pelo Bloco de Esquerda; e Isabel Mendes Lopes (co-porta-voz) do Livre.
Discursam, ainda, a antiga ministra e atual vice-presidente da Assembleia da República Teresa Morais pelo PSD, a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, o líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio, e o deputado do PCP António Filipe.
Em dia de luto nacional pela morte do Papa Francisco, a sessão, que começa às 10:00, terá poucas diferenças face ao habitual mas começará com a leitura de um voto de pesar pelo falecimento do Papa Francisco, seguindo-se um minuto de silêncio.
O Presidente da República, quando chegar ao Parlamento, desta vez não fará a tradicional revista às forças em parada. E o pavilhão presidencial será içado a meia haste na varanda do Palácio de São Bento.
Marcelo Rebelo de Sousa receberá à chegada honras militares, a banda e fanfarra executam o hino nacional e ser-lhe-á feita a continência das sentinelas honoríficas.
Imediatamente antes de o presidente da Assembleia da República dar início à sessão, o grupo coral juvenil do Instituto Gregoriano de Lisboa vai interpretar o hino nacional.
Já no encerramento, após o discurso do Presidente da República, será a vez da banda da Guarda Nacional Republicana, formada nos Passos Perdidos, executar o hino nacional.
À tarde, realiza-se, em Lisboa, o desfile popular comemorativo da revolução, promovido por várias entidades, com a Associação 25 de Abril à cabeça, e que reúne tradicionalmente milhares de pessoas, do Marquês de Pombal e termina nos Restauradores.
O presidente desta Associação, Capitão de Abril Vasco Lourenço, lamentou que o luto nacional pela morte do Papa Francisco abranja o dia em que se assinala os 51 anos da "revolução dos cravos" e apelou à participação no desfile em Lisboa.
Em comunicado, a associação presidida por Vasco Lourenço salientou que, se o Papa Francisco fosse um militar português em 1974, "decerto seria um Capitão de Abril", tendo em conta que "toda a sua vida e todo o seu percurso apostólico se fundamentaram na defesa da liberdade, paz, democracia, igualdade e justiça social".
"Essa decisão do Governo de gestão português fez com que o período de luto atinja o dia 25 de Abril, dia em que Portugal festeja o acontecimento que lhe abriu as portas à liberdade", considerou.
Na quinta-feira, o Governo esclareceu que o decreto que instituiu o luto nacional pela morte do Papa Francisco não impõe quaisquer restrições à celebração do 25 de Abril por entidades públicas ou privadas, limitando-se a definir a conduta dos membros do executivo.
O decreto "não impõe ou fixa, ele próprio, quaisquer medidas ou restrições específicas às atividades de entidades e pessoas públicas ou privadas", apenas se "limita a determinar o luto e fixar as respetivas datas", lê-se numa nota oficial da Presidência do Conselho de Ministros destinada a esclarecer "dúvidas suscitadas" quanto ao impacto do diploma.
"As opções de conduta definidas pelo Governo aplicam-se aos seus membros, e em nenhum momento foram dadas instruções relativamente a atividades de outras entidades (incluindo municípios e associações) ou das populações", lê-se no comunicado.
O programa de eventos de natureza festiva que estavam previstos para a residência oficial do primeiro-ministro "foram adiados para o dia 01 de maio seguinte, mas não foram cancelados", esclarece ainda o comunicado.
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