Mendes assinou hoje o livro de condolências do Papa Francisco na Nunciatura Apostólica em Lisboa, a representação diplomática da Santa Sé.
"Fazia questão de vir cá, de vir cá prestar homenagem ao Papa Francisco. A minha convicção é de que ainda vamos ter muitas saudades, durante muito tempo, do Papa Francisco. Os crentes, como eu, e os não crentes, porque o legado do Papa Francisco é um legado enorme. Suceder-lhe é fácil, substituí-lo é uma tarefa mais difícil", considerou.
O antigo líder do PSD recordou Francisco, que morreu na segunda-feira, como "um dos papas mais marcantes da Igreja Católica, que trabalhou muito em favor de uma igreja mais inclusiva e solidária".
"Ao mesmo tempo, foi uma referência moral e humanista muito forte para toda a humanidade, para crentes e não crentes, e porque deixa a todos um exemplo notável na atitude de simplicidade, de autenticidade, mas também na mensagem. Uma mensagem forte de esperança, de paz, de harmonia", afirmou, dizendo esperar que quem o substitua esteja "à altura do desafio".
Questionado como viu hoje as muitas referências nos discursos da sessão solene do 25 de Abril ao Papa Francisco -- depois de ser aprovado um voto de pesar unânime -, o candidato às eleições presidenciais de janeiro de 2026 considerou que se verificou "uma unanimidade muito tocante, muito genuína".
"Com referências que se via que eram sentidas, e faz todo sentido. O Papa Francisco foi muito transversal: talvez a primeira vez há muito tempo em que um papa consegue suscitar a admiração de crentes e não crentes. Isso parece fácil, mas não é, e isso ajuda muito a humanidade", disse.
Sobre a mensagem deixada pelo Presidente da República - de elogio à vida e obra do Papa Francisco, que associou aos valores de Abril -, Luís Marques Mendes disse não querer fazer comentários políticos nesta ocasião.
Marques Mendes assistiu hoje à sessão solene comemorativa no parlamento do 51.º aniversário do 25 de Abril de 1974 e do 50.º aniversário da eleição da Assembleia Constituinte, na qualidade de conselheiro de Estado.
O Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de pontificado.
Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.
O seu corpo está desde quarta-feira em câmara ardente, a ser velado por fiéis, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O funeral está marcado para as 10:00 locais (9:00 de Lisboa) de sábado.
Portugal decretou três dias de luto nacional, entre quinta-feira e sábado.
[Notícia atualizada às 17h04]
Leia Também: Francisco aproximou Santa Sé e Pequim sem ter pisado a China