Chega quer Medina no parlamento para esclarecer sobre Sérgio Figueiredo

O Chega deu hoje entrada na Assembleia da República de um requerimento para ouvir o ministro das Finanças, Fernando Medina, sobre a contratação para a sua tutela do ex-diretor de informação da TVI Sérgio Figueiredo.

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Lusa
09/08/2022 17:32 ‧ 09/08/2022 por Lusa

Política

Finanças

evidente para todos que há aqui uma questão de tem que ser explicada do ponto de vista da transparência, sobretudo da transparência política e do ponto de vista da transparência da relação do Governo com a imprensa em geral", defendeu o presidente do Chega, André Ventura, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.

O líder do Chega reagia à notícia hoje divulgada pelo jornal Público, que indica que o Ministério das Finanças contratou o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo como consultor estratégico.

O pedido para ouvir Medina no parlamento foi hoje entregue à Comissão de Orçamento e Finanças, continuou Ventura, que salientou o facto de Fernando Medina ter sido comentador do canal televisivo TVI24 e, depois, CNN Portugal, entre 2015 e 2022, coincidindo com o período em que Sérgio Figueiredo foi diretor de informação do canal televisivo (2015-2020).

Neste contexto, o partido liderado por Ventura quer que Medina explique no parlamento "as razões que estão por detrás desta contratação, que foi por ajuste direto", com um salário equiparado a ministro, "e quais as motivações políticas".

"É evidente que as pessoas têm direito a trabalhar quando saem da vida quer pública, quer política, quer mediática noutras áreas, ninguém deve ser limitado no seu trabalho e nas suas funções, mas é também evidente que há aqui uma proximidade e um escrutínio especial que deve ser feito entre a oposição e Governo nesta matéria de contratações e ajustes diretos", sustentou.

Ventura considerou que esta contratação poderia ter "passado por procedimentos normais, concursais, de forma mais aberta e transparente".

"Entendemos que ao fazê-lo assim, mesmo que não seja isso que de facto está a acontecer, Fernando Medina passa uma ideia de recompensa política que é negativa para o Estado, para o próprio Fernando Medina, para o Sérgio Figueiredo, e para o país passa a perceção de algum conluio político e de uma recompensa política que não é boa para o exercício de funções, nem do Sérgio Figueiredo, nem do ministro", argumentou.

Sem querer alimentar "especulações", Ventura insistiu que o parlamento é o local indicado para que o governante dê explicações sobre o assunto.

O jornal Público noticia hoje que o Ministério das Finanças contratou o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo como consultor estratégico para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas.

Segundo o jornal, o contrato em questão é por ajuste direto e Sérgio Figueiredo irá auferir um ordenado ilíquido equivalente ao vencimento mensal de um ministro, correspondendo a 4.767 euros. Sérgio Figueiredo terá começado a desempenhar as suas funções a 29 de julho.

Ao Público, o ministério tutelado por Fernando Medina confirmou a contratação de Sérgio Figueiredo, afirmando que o antigo jornalista irá "prestar serviços de consultoria no desenho, implementação e acompanhamento de políticas públicas, incluindo a auscultação de partes interessadas na economia portuguesa e a avaliação e monitorização dessas mesmas políticas".

O jornal avança ainda que o contrato de Sérgio Figueiredo terá uma duração de dois anos e o antigo jornalista irá "ajudar a conceber e desenhar as políticas públicas do ministério de Fernando Medina, mas também monitorizar a sua execução e a perceção, em tempo real, que têm delas as partes interessadas".

Nascido em 1966, Sérgio Figueiredo já foi diretor do Diário Económico e do Jornal de Negócios, tendo também trabalhado para o canal televisivo RTP2. Entre 2007 e 2014 foi diretor da Fundação EDP e, entre 2015 e 2020, foi diretor de informação da TVI.

Leia Também: Chega quer agilizar legislação referente ao voto dos emigrantes

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