Chega considera que foi desperdiçada "oportunidade para mudança"
O Chega lamentou hoje que os angolanos tenham desperdiçado "uma importante oportunidade para a mudança" face "ao poder absoluto e pouco democrático" do MPLA com as eleições gerais em Angola.
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Política Eleições angolanas
"Esta era uma importante oportunidade para a mudança acontecer em Angola, após décadas de exercício de poder absoluto e pouco democrático pelo MPLA, com resultados devastadores em termos de pobreza da população, corrupção das instituições e desaceleração nos índices de desenvolvimento humano daquele país", refere a direção nacional do Chega.
Em comunicado divulgado hoje, o partido liderado por André Ventura lamenta que "essa oportunidade pareça ter sido, para já, desperdiçada".
De acordo com os resultados definitivos divulgados hoje pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Angola, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) venceu com 51% as eleições gerais que se realizaram há cerca de uma semana, enquanto a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) obteve 44%.
O Chega indica igualmente que "respeita, evidentemente, os resultados eleitorais" mas considera que existem "dúvidas legítimas e sustentáveis, pela informação que tem vindo a público e que nos tem chegado através de vários interlocutores, da fiabilidade do respetivo processo eleitoral, apesar dos vários observadores internacionais presentes".
No comunicado, o partido de extrema-direita lamenta ainda a presença do chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa no funeral do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, "pelo simbolismo e pela mensagem política que passa, legitimando e branqueando os crimes do mesmo contra o povo angolano e contra os portugueses".
Segundo os resultados finais apresentados na sede da CNE pelo presidente do órgão, Manuel Pereira da Silva, votaram na eleições da última quarta-feira 44,82% dos 14,4 milhões de eleitores, com 1,67% de votos brancos e 1,15% de votos nulos.
O MPLA arrecadou 3.209.429 de votos, ou seja 51,17%, elegendo 124 deputados, e a UNITA conquistou 2.756.786 votos, garantindo 90 deputados, com 43,95% do total.
O plenário da CNE proclamou João Lourenço -- cabeça de lista do MPLA - como Presidente da República de Angola e Esperança da Costa -- a número dois - como vice-presidente.
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