O Livre já reagiu à demissão de Marta Temido, exigindo ao primeiro-ministro, António Costa, "sinais claros de apoio político a medidas estruturais de defesa do SNS" e ao ministro das Finanças, Fernando Medina, "garantias de que o próximo Orçamento Geral do Estado incluirá o necessário respaldo a essas medidas", para que o sucessor da governante não venha a ser um "gestor do declínio" do Serviço Nacional de Saúde (SNS)
Em comunicado, esta terça-feira, o partido liderado por Rui Tavares lembra que a demissão surge na mesma noite em que foi conhecida a morte de uma grávida, em Lisboa, depois de ser transferida do Hospital de Santa Maria para o Hospital São Francisco Xavier por falta de vagas, e "manifesta a sua consternação" com esta situação.
"Sem uma ação decisiva na defesa do SNS e sem um Governo com a coragem de tomar medidas que invertam a situação crónica de suborçamentação de que padece, quem quer que venha a suceder a Marta Temido poderá não vir a ser senão um gestor do declínio do SNS. Perante um cenário tão grave, exige-se do primeiro-ministro sinais claros de apoio político a medidas estruturais de defesa do SNS e ao ministro das Finanças garantias de que o próximo Orçamento Geral do Estado incluirá o necessário respaldo a essas medidas", lê-se.
O Livre considera que, nos últimos meses, "a comunicação tanto do primeiro-ministro como do ministro das Finanças", passa a mensagem" de que não há mais do que matéria pontual a resolver no SNS e que o problema deste não é orçamental".
"Nenhuma destas posições é aceitável no momento presente”, declara.
O Livre recorda as medidas que propôs para o setor, como Programa Regressar Saúde, a necessidade de reforçar o vínculo dos profissionais de saúde ao SNS e a suborçamentação crónica do SNS, e entende que se não adotar estas medidas, o "Governo continuará a demonstrar não entender o fundo da situação que levou a que uma ministra que apresentou como estrela durante a pandemia tenha acabado a demitir-se desta forma”.
O Livre "reconhece e agradece a Marta Temido o seu serviço ao país e a sua liderança na gestão da pandemia da COVID-19 cujos efeitos de sobrecarga o SNS ainda sente".
"Esperamos do Governo e do primeiro-ministro António Costa a visão e a coragem de promover as políticas que até ao momento, não teve a capacidade de realizar e escolher para o ministério da saúde alguém com peso e capacidade política para fazer as reformas que o SNS precisa", completa o partido.
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