Demissão de Marta Temido "peca por tardia", diz PSD
Para o PSD, mais importante do que saber quem será o novo ministro da Saúde, é saber o que fará António Costa, nomeadamente se vai mudar o rumo em termos de políticas públicas de Saúde.
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Política PSD
O PSD reagiu, esta terça-feira, à demissão de Marta Temido do cargo de ministra da Saúde. O partido da oposição considerou que a demissão, aceite pelo primeiro-ministro, António Costa, é uma decisão "peca por tardia".
Esta posição foi dada a conhecer, em conferência de imprensa, pelo vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz.
"Esta demissão representa muito mais do que a demissão da ministra da Saúde, esta demissão representa a falência da política de Saúde do Governo liderado por António Costa, o Governo do partido socialista", disse.
Para o PSD, "este Governo tem na Saúde uma marca de arrogância, de desrespeito, de cegueira ideológica e de falta de soluções", tendo desenvolvido uma polícia de Saúde em que "o custo cresceu", mas em que "a qualidade do serviço em muito diminuiu".
"Foram gastos milhões e milhões de euros, mas as urgências estão fechadas, as consultas, exames e operações adiadas. Os profissionais de saúde debandam do Serviço Nacional de Saúde", criticou o social-democrata.
O PSD apontou depois as críticas para Marta Temido, mas também, especificamente, a António Costa, e ao recente caos vivido nas Urgências de Obstetrícia do país.
"Este Governo, pela mão de Marta Temido - mas importa dizer aqui, sempre, sempre, sempre com concordância do senhor primeiro-ministro, António Costa - criou um caos nas Urgências de Obstetrícia. Numa situação absolutamente vergonhosa, obrigou a que grávidas fizessem centenas de quilómetros para dar à luz, levou a um aumento da mortalidade infantil e gerou medo nos jovens casais que veem a sua expetativa de uma maternidade ameaçada", apontou Pinto Luz.
"Infelizmente foi preciso que morresse uma mãe, que não teve acesso às Urgências no maior hospital do país, para que a ministra se demitisse e para que António Costa tomasse uma decisão", acrescentou, referindo-se à morte de uma grávida que foi transferida do Hospital de Santa Maria para o São Francisco Xavier, em Lisboa.
O PSD indica que Marta Temido "teve sempre o máximo apoio" de Costa, mas considera que foi uma "ministra que nunca soube dialogar com médicos, enfermeiros ou qualquer outro profissional de saúde".
"Uma ministra que nunca soube distinguir entre o que eram as suas convicções pessoais e as verdadeiras necessidades dos portugueses. Uma ministra que pôs sempre a sua ideologia à frente daquilo que era mais importante, a saúde dos portugueses", criticou.
"Marta Temido está longe de ficar na boa memória dos portugueses, mas infelizmente as suas políticas terão impacto no curto, médio e longo prazo", apontou.
Os social-democratas sublinham que o Executivo socialista está em funções há sete anos e "nada fez para alterar os problemas na Saúde", considerando que a saída de Temido, além de "tarde", não "resolve nenhum problema por si".
Para o PSD, o que importa saber neste momento é o que fará António Costa. "Irá mudar de rumo em termos de políticas de Saúde ou pelo contrário só escolherá um novo ministro e nada mudará", questionam.
Pinto Luz diz que esta é "uma tática já recorrente" de Costa, de "sacudir a culpa para terceiros", utilizando ministros "como escudo protetor" para a sua "incompetência" e incapacidade "de resolver os problemas" do SNS.
O partido liderado por Luís Montenegro entende que "é urgente que se mude a política de Saúde em Portugal", uma política centrada no "acesso à saúde" pelos portugueses e diz estar "disponível" para contribuir "para uma visão do SNS, do sistema de saúde, para 20/30 anos".
"É urgente que se mude o rumo", defendeu Pinto Luz, acrescentando que deve haver uma postura de diálogo, "muitas vezes esquecida" pelo Governo de António Costa, em conjunto com os profissionais de saúde, com todos os parceiros, para que "se encontrem as respostas para que os portugueses acedam aos melhores cuidados de saúde".
[Notícia atualizada às 10h54]
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