A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, considerou, esta terça-feira, que a demissão de Marta Temido não resolve "os problemas" do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Através de uma publicação divulgada no Twitter, Inês Sousa Real defendeu que, apesar de ser "expectável" que houvessem "consequências políticas", "é preciso investir" no SNS e nos "seus profissionais".
"Os problemas do SNS não se resolvem com a demissão de Marta Temido. Se era expectável que houvessem consequências políticas após a gravidade do que temos assistido nos serviços de urgência obstétrica, não podemos esquecer que é preciso investir no SNS e nos seus profissionais", escreveu.
"É fundamental valorizar os profissionais de saúde, seja através da exclusividade dos médicos, da regulamentação dos técnicos auxiliares de saúde, que tem sido deixada na gaveta, mais a contratação de pessoal ao invés do pagamento a empresas de tarefeiros", acrescentou a líder do PAN.
Os problemas do SNS não se resolvem com a demissão de Marta Temido.
— Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) August 30, 2022
Se era expectável que houvessem consequências políticas após a gravidade do que temos assistido nos serviços de urgência obstétrica, não podemos esquecer que é preciso investir no SNS e nos seus profissionais.
Já em declarações à Lusa, a deputada única do PAN disse que espera que daqui para a frente "não se mantenha tudo na mesma" e que o primeiro-ministro, António Costa, perceba que "é fundamental que haja esta articulação do Ministério da Saúde com as ordens profissionais e os sindicatos, e que deste diálogo seja consequente a valorização dos profissionais de saúde".
Inês Sousa Real considerou que "o acesso universal e tendencialmente gratuito" ao SNS "tem que ser mantido, tem que ser valorizado", criticando "esta política de sucessivo desinvestimento e falta de visão estratégica na área da prevenção" a que se tem "assistido nos últimos anos".
A deputada adiantou ainda que na discussão do próximo Orçamento do Estado vai pugnar pela "regulamentação das carreiras", para fixar profissionais, e também "pela criação de unidade de saúde maternoinfantis".
Mostrando-se preocupada "com o retrocesso nos direitos das mulheres no que respeita ao parto, mas também das crianças", a líder criticou que "tem havido um desinvestimento, em particular nesta área, que é muito preocupante".
Recorde-se que a ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou hoje a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo, demissão que foi aceite pelo primeiro-ministro, António Costa.
[Notícia atualizada às 14h02]
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