Temido tomou decisão "que, politicamente, não lhe competia a si tomar"
Deputado do PSD dá a entender que morte de grávida é "consequência" da "degradação organizativa" do SNS e aponta o dedo às políticas de Saúde adotadas.
© Global Imagens
Política Marta Temido
O deputado do PSD André Coelho Lima considerou, esta quarta-feira, que não "competia" a Marta Temido demitir-se do cargo de ministra da Saúde e defendeu que a morte de uma grávida, durante uma transferência do Hospital de Santa Maria para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, foi a "consequência" da "degradação organizativa" e "política" do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Numa publicação divulgada no Twitter, o social-democrata dá a entender que a demissão de Marta Temido deveria ter sido uma decisão tomada pelo primeiro-ministro, António Costa.
"A demissão de um/a Ministro/a nunca é positivo. Por ser a demonstração de que as coisas não estão a correr bem. O problema aqui é ter que ser a própria a tomar uma atitude que, politicamente, não lhe competia a si tomar", começou por escrever.
O deputado do PSD acaba depois por abordar a morte de uma mulher de 34 anos que, no sábado, morreu após sofrer uma paragem cardiorrespiratória durante uma transferência de ambulância entre hospitais.
"O triste acontecimento de ontem não é um infortúnio. É a consequência da degradação organizativa, gestionária, vale dizer, política, do SNS", disse.
Ainda que defenda que "pessoalmente" se deva agradecer a Marta Temido pelos "seus préstimos", o social-democrata diz que o país, num todo, não tem motivos para estar "grato".
1/2 A demissão de um/a Ministro/a nunca é positivo. Por ser a demonstração de que as coisas não estão a correr bem.
— André Coelho Lima (@coelho_lima1) August 30, 2022
O problema aqui é ter que ser a própria a tomar uma atitude que, politicamente, não lhe competia a si tomar. https://t.co/yDF114K65Z
Sublinhe-se que, numa conferência de imprensa na qual foi transmitida a posição do PSD relativamente à demissão, Miguel Pinto Luz foi mais duro nas suas palavras. Apesar de apontar o dedo à política de Saúde dos Governos de António Costa, deixou também duras críticas à governante.
"Infelizmente foi preciso que morresse uma mãe, que não teve acesso às Urgências no maior hospital do país, para que a ministra se demitisse e para que António Costa tomasse uma decisão", disse o vice-presidente do PSD, referindo que Temido foi uma "ministra que nunca soube dialogar com médicos, enfermeiros ou qualquer outro profissional de saúde".
"Uma ministra que nunca soube distinguir entre o que eram as suas convicções pessoais e as verdadeiras necessidades dos portugueses. Uma ministra que pôs sempre a sua ideologia à frente daquilo que era mais importante, a saúde dos portugueses", criticou.
"Marta Temido está longe de ficar na boa memória dos portugueses, mas infelizmente as suas políticas terão impacto no curto, médio e longo prazo", apontou.
Recorde-se que Marta Temido apresentou a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo. A demissão, já aceite pelo primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu que aguarda o pedido de exoneração da ministra da Saúde e a proposta de nomeação do seu substituto.
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes, e foi ministra durante os três últimos três executivos, liderados por António Costa.
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