"O Governo dá apoios em miniatura, de faz de conta às famílias e às empresas porque se recusa àquele passo de justiça económica que é taxar os lucros excessivos das gigantescas empresas que estão a ganhar com a inflação, e essa é a escolha da maioria absoluta. Não há nenhum argumento a não ser este, decidir proteger o privilégio", criticou Catarina Martins numa primeira reação ao plano extraordinário de apoio às empresas hoje apresentado pelo ministro da Economia.
Segundo a líder do BE, "as medidas que foram apresentadas são muito curtas" e "a maior parte é recauchutagem de medidas que já existem". Catarina Martins deu como exemplo "a pouca capacidade para chegar às pequenas empresas que estão com maiores dificuldades".
"Eu bem sei, eu ouço o ministro dizer que os recursos do Estado não são infinitos, mas então não se percebe porque é que o Governo decide condenar as famílias e as pequenas empresas a apoios em miniatura enquanto continua a recusar taxar os lucros excessivos que é uma medida que se pede por toda a Europa", criticou.
Recorrendo as números, Catarina Martins referiu que "entre a energia, a banca e a grande distribuição, neste período de inflação, houve seis mil milhões de euros de lucros excessivos", lucros estes "já depois dos impostos pagos".
"O Governo comporta-se como se fosse o advogado da Galp ou da EDP dizendo que já há outros impostos", condenou.
Segundo a líder do BE, o executivo liderado por António Costa "está a ser ultrapassado por governos de direita em toda a Europa e pela própria Comissão Europeia pela esquerda, que sabem que é preciso taxar lucros excessivos".
"Cada dia que a medida é atrasada quer dizer que há lucros excessivos que não são taxados. Entretanto as empresas distribuem os seus lucros em dividendos, entretanto quando for o apuramento dos lucros excessivos eles já não existem para serem apurados e para serem taxados", avisou.
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