Após terem sido encontrados mais de 440 corpos numa vala comum em Izyum, uma das cidades libertadas da região de Kharkov, e de se constar que cerca de 99% têm "sinais de morte violenta", segundo o governador regional, Oleg Synegubov, o constitucionalista Vital Moreira salientou que "as guerras não se perdem somente nos campos de batalha".
No blogue Causa Nossa, o professor destacou que a descoberta de centenas de cadáveres, que terão sido vítimas de maus tratos, "não reforça somente a solidariedade ocidental com Kyiv, mas arrisca também alienar a compreensão que muitos países noutros continentes têm mantido em relação a Moscovo, sem excluir a redução do apoio interno à guerra na própria Rússia".
Vital Moreira argumentou também que, "a somar aos recentes revezes militares russos no terreno, a eventual alteração do sentimento internacional e interno pode ser determinante para o desfecho da invasão".
O presidente da Ucrânia acusou a Rússia de "tortura", segundo Zelensky, os soldados russos cometeram em Izyum "atrocidades" comparáveis às reveladas em Bucha, a cidade nos arredores de Kyiv, onde em abril foram encontrados centenas de corpos de civis com sinais de tortura e de aparentemente terem sido executados.
A Ucrânia, apoiada por uma comissão da Organização das Nações Unidas e investigadores internacionais, acusa Moscovo de crimes de guerra naquela cidade dos arredores da capital.
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