Ex-líder parlamentar do PCP defende rutura total com política do PS
O ex-líder do grupo parlamentar do PCP, João Oliveira, manifestou-se hoje a favor de uma "rutura" total com a política seguida pelo governo do PS, a quem acusou de seguir a linha defendida pelo "grande capital".
© Lusa
Política PCP
Numa intervenção na Conferência nacional que se realiza hoje e domingo no Alto do Moinho, em Corroios, Seixal, João Oliveira foi claro ao afirmar que a maioria absoluta do PS representa uma alteração da correlação de forças, que acarretou uma "profunda degradação da vida nacional".
Essa maioria, segundo disse, foi conseguida através de "uma operação de chantagem e mistificação, que visou criar as condições para romper com o percurso de defesa, reposição e conquista de direitos com o qual o capital nunca se conformou".
Esta nova situação, afirmou, dita a "necessidade de rutura com uma politica de direita".
"Depois de um período em que se viu condicionado pela influência do PCP e do PEV nas decisões nacionais, o PS utiliza agora a sua maioria absoluta para retomar a todo o vapor as opções da política de direita", afirmou o ex-deputado.
Segundo João Oliveira era esse o objetivo do PS, e foi em função dele que "em outubro de 2021 provocou a rejeição do Orçamento do Estado e a precipitação de eleições", não tendo sido preciso passarem seis meses para que retomasse essa política.
Assim sendo, Oliveira considerou que se antes era possível avançar [na defesa dos interesses dos trabalhadores], "a correlação de forças hoje existente com a maioria absoluta do PS determina já o caminho oposto".
O PS, acusou, está "a cumprir todo o caderno de encargos do capital que ficou em suspenso desde 2015, levando por diante opções que há muito o PCP tem denunciado e combatido, como acontece com a acelerada destruição do SNS ou a agudização das desigualdades na repartição da riqueza nacional entre o capital e o trabalho".
Segundo João Oliveira, para que se concretize essa rutura, é crucial alargar a "frente social de luta", envolvendo amplos setores, "todos os que veem os seus direitos atingidos pela política de direita" e estão interessados em reverter o atual rumo político.
E traçou as linhas segundo as quais é preciso agir, que passam pelo reforço do partido e a sua capacidade de mobilização e intervenção, agitando "consciências".
"Tomar a iniciativa, reforçar o partido, responder às novas exigências não é uma consigna de circunstância, é um programa para a ação imediata que nasce das necessidades do povo e dos trabalhadores", concluiu.
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