"Cegueira" ou coerência? Por que razão não teve Jerónimo ovação de todos

Parlamento aplaudiu, esta segunda-feira, o deputado e ex-líder do PCP. Mas nem todos se juntaram à homenagem e o Twitter reparou.

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Tomásia Sousa
22/11/2022 10:30 ‧ 22/11/2022 por Tomásia Sousa

Política

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A Assembleia da República despediu-se, esta segunda-feira, de Jerónimo de Sousa, com o presidente da Assembleia da República a destacar a "cordialidade, simpatia" e "contribuição política" do ex-líder do PCP, mas nem todas as bancadas o homenagearam da mesma forma.

Após as palavras de Augusto Santos Silva, que agradeceu ao antigo secretário-geral comunista o trabalho de "décadas" - primeiro na Assembleia Constituinte e depois na Assembleia da República - o deputado foi aplaudido de pé pelas bancadas à esquerda e PSD, tendo os deputados da Iniciativa Liberal aplaudido sentados. A bancada do Chega foi a única que não aplaudiu.

Um pormenor que a deputada socialista Isabel Moreira reparou mais tarde, depois de ter elogiado, através de uma publicação no Twitter, a "justiça" feita ao "último deputado da Constituinte".

 

Nem todos os comentários foram, porém, positivos, com muitos a criticar que se coloque a "cegueira ideológica" à frente dos "interesses do país" e outros a justificar que Jerónimo representava um partido cuja identidade é "repressiva e antidemocrática". Alguns internautas apontam também, naquela rede social, que o antigo secretário-geral do PCP defendia ditaduras como a da Coreia do Norte, de Cuba ou da Venezuela.

Por outro lado, o diplomata Francisco Seixas da Costa assinalou que o Iniciativa Liberal se comportou como o Chega, ao não se associar à homenagem a Jerónimo de Sousa, o que "só comprova que a sua íntima natureza não é muito diferente".

 

Outros comentários publicados nas redes sociais partilham a mesma visão de que Jerónimo merecia a ovação de todas as bancadas e de que aquelas que não o fizeram são, essas sim, antidemocráticas.

 

 

 

 

Recorde-se que Jerónimo de Sousa apresentou no dia 8 de novembro a renúncia ao mandato de deputado à Assembleia da República, tendo sido substituído por Duarte Alves, um dos mais jovens dirigentes do partido.

Com a Assembleia da República com os trabalhos condicionados devido ao período orçamental, a substituição foi formalizada ontem com a aprovação em plenário do parecer da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados.

Duarte Alves, de 31 anos, era o 'número três' pelo círculo eleitoral de Lisboa nas últimas eleições legislativas (onde o PCP apenas elegeu dois deputados, Jerónimo de Sousa e Alma Rivera) e vai substituir o secretário-geral cessante.

Leia Também: Parlamento despede-se de Jerónimo de Sousa com aplauso de pé

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