Na apresentação da sua lista, que decorreu hoje em Lisboa, Rui Rocha sublinhou que tem uma visão "a dez anos" para o país, em oposição aos restantes partidos, "que estão concentrados em gerir o dia-a-dia, em gerir clientelas, em ocupar o aparelho de Estado".
De acordo com esta visão proposta por Rui Rocha, Portugal não terá "a Roménia a ultrapassá-lo em termos crescimento económico", uma vez que terá esse crescimento "como base e princípio da ação política".
"No país que a IL vai propor aos portugueses, a emigração não é uma condenação, a emigração é uma opção, porque a IL vai apresentar aos portugueses o país do mérito, do esforço, do trabalho, da exigência, e o país onde o mérito é reconhecido e recompensado", prometeu.
Continuando com a visão que pretende oferecer ao país, Rui Rocha salientou que "os doentes não vão esperar um ano e meio a dois anos por uma operação no Serviço Nacional de Saúde (SNS)" e os "confinamentos por motivo de saúde não vão ser decretados por mera decisão pública, sem intervenção prévia da Assembleia da República, dos tribunais e de todas as entidades que tiverem que se pronunciar".
"Nesse país, não vai interessar o caráter público ou privado do serviço de Estado, vai interessar o serviço que é prestado às pessoas que dele precisam", garantiu.
Rui Rocha prometeu ainda um país onde "700 mil votos dos portugueses não são deitados ao lixo" e onde "ter um cartão de militante de um partido (...) será uma opção política, mas não será uma opção de carreira".
Criticando o facto de a política em Portugal ser feita de "frases feitas, vazias, sem conteúdo", Rui Rocha quis apresentar propostas concretas, começando por salientar que, caso seja eleito, irá sugerir uma mudança do calendário escolar no primeiro semestre de 2023.
"O calendário escolar, como está hoje, pune os mais desfavorecidos, porque a interrupção escolar no verão é muito longa, as aprendizagens perdem-se e são os mais desfavorecidos que têm dificuldade em recuperar essa aprendizagem", criticou.
Rui Rocha prometeu também revogar o regime geral de edificações urbanas, que considerou ser "um empecilho à existência de habitação disponível aos portugueses que dela precisam".
Em termos económicos, Rui Rocha sublinhou que a IL se preocupa "com o futuro", pretendendo, por isso, "dar início a uma caminhada, com iniciativas legislativas, para assegurar que, num prazo razoável, a despesa pública passa de 48% do Produto Interno Bruto (PIB), que é onde está hoje, para 35%".
"Isso é garantir o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos", sublinhou.
Liderando uma lista em que, entre os 24 membros efetivos, 13 transitam da direção atual de João Cotrim de Figueiredo, Rui Rocha sublinhou que a mensagem que pretende transmitir com os nomes escolhidos é que, "na IL, valoriza-se o sucesso, valoriza-se as pessoas que têm sucesso."
"Nós não nos envergonhamos do sucesso, nós adoramos o sucesso, o sucesso também está aqui", exclamou, tendo atrás deles alguns dos militantes que constam na sua lista.
Reconhecendo, no entanto, que há aspetos que "podem funcionar melhor no partido", Rui Rocha prometeu "algumas alterações internas", designadamente através da criação de novos pelouros na comissão executiva, como um dedicado à comunicação interna e outro à formação.
"Há coisas que, de facto, podem funcionar melhor no partido e nós queremos, depois de identificar essas coisas, resolvê-las muito rapidamente porque o nosso combate está lá fora, o nosso combate é contra o PS, contra as políticas socialistas. Nós queremos combater o PS", exclamou, perante os aplausos da plateia.
Num discurso em que nunca citou o nome da sua adversária na disputa pela liderança, Carla Castro, Rui Rocha garantiu que, caso seja eleito, haverá uma "garantia de independência total da IL relativamente a todos os interesses e lóbis que poderiam ter interesse numa IL dócil, maleável e manipulável".
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