António Luís Santos da Costa, natural de Lisboa, licenciado em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito de Lisboa, tem 61 anos e desempenha as funções de primeiro-ministro desde novembro de 2015.
Se completar o seu atual mandato na liderança do executivo, que termina em outubro de 2026, ultrapassará Aníbal Cavaco Silva em longevidade nesse cargo e será o primeiro-ministro que mais tempo esteve em funções em Portugal, quase 11 anos.
Nos seus dois primeiros mandatos como primeiro-ministro, António Costa, que lidera o PS desde novembro de 2014, formou governos minoritários socialistas com um inédito suporte político no parlamento do Bloco de Esquerda, PCP e PEV.
Considerado um hábil negociador político, perdeu as eleições legislativas de 2015 para a coligação PSD/CDS-PP, liderada por Pedro Passos Coelho, mas deu a volta a essa derrota eleitoral ao unir os partidos de esquerda, que em conjunto estavam já em maioria no parlamento, formando a solução governativa denominada "Geringonça".
O PS venceu depois as legislativas de 2019, com 36,4% dos votos, e voltou a formar um Governo minoritário com o apoio parlamentar do BE, PCP e PEV, mas agora sem qualquer suporte baseado em acordos escritos entre os diferentes partidos de esquerda.
Esta segunda "Geringonça", que foi confrontada com a crise pandémica de covid-19, deu sinais de desgaste logo na votação do Orçamento para 2021, com o BE a votar contra. No Orçamento para 2022, o PCP juntou-se ao voto contra do BE e das forças à direita do PS, abriu-se uma crise política e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou eleições legislativas antecipadas.
Contrariando a generalidade das sondagens, o PS alcançou a segunda maioria absoluta da sua história -- a primeira vez tinha sido com José Sócrates em 2015 -- e António Costa foi pela terceira vez empossado primeiro-ministro em 30 de março passado.
Filho da jornalista Maria Antónia Palla e do escritor e técnico de publicidade Orlando Costa, goês e militante do PCP, António Costa inscreveu-se aos 14 anos na Juventude Socialista e tem já uma longa carreira política.
Chegou à direção nacional do PS em 1986 numa equipa chefiada por Vítor Constâncio, apoiou Jorge Sampaio para a liderança do partido em 1989 e foi seu diretor de campanha nas presidenciais de 1996.
Ministro dos Assuntos Parlamentares e da Justiça nos dois governos liderados por António Guterres, Costa foi também líder parlamentar do PS entre 2002 e 2004 sob a liderança de Ferro Rodrigues. Foi eurodeputado por alguns meses entre 2004 e 2005.
No primeiro Governo de José Sócrates, foi o "número dois", desempenhando as funções de ministro de Estado e da Administração Interna.
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa entre julho de 2007 e abril de 2015, deu o primeiro passo para chegar à liderança do PS ao vencer o seu antecessor, António José Seguro, em eleições primárias - as primeiras abertas a simpatizantes - realizadas em setembro de 2014.
Benfiquista, agnóstico, casado e com dois filhos, diz-se que António Costa gosta de jogos de bastidores. O próprio tem salientado a sua "excelente" cooperação institucional com Marcelo Rebelo de Sousa, a quem deu apoio indireto nas presidenciais de 2020.
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