O líder comunista falava aos jornalistas no final de uma ação de contacto com os trabalhadores de uma empresa em Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa) quando foi questionado sobre a moção de censura que será debatida e votada no parlamento na quinta-feira.
O secretário-geral do PCP reiterou o anúncio feito pela líder parlamentar comunista, Paula Santos, indicando que o partido votará contra, e atirou críticas à Iniciativa Liberal.
"A IL está ao lado do PS na privatização da TAP, a IL assobiou para o ar quando o Governo decidiu entregar há poucos dias 140 milhões de euros às concessionárias das autoestradas, assim de mão beijada. Toda esta ideia de censura, está a censurar o quê? É um bocadinho para nos entreter", acusou.
Paulo Raimundo justificou o voto contra sustentando que a moção da IL "não censura a política" do Governo, "esse é que é o problema".
Quanto à comissão de inquérito sobre a TAP que o BE anunciou que irá propor, o líder do PCP ressalvou ainda não conhecer o conteúdo da iniciativa.
"Naturalmente teremos de conhecer e em função disso depois decidir o encaminhamento", disse, considerando que "talvez o problema seja situado para lá do problema da TAP".
"Nós temos um problema, de facto, de grande dimensão no que diz respeito à gestão pública e privada, a partir dos critérios que estão estabelecidos e esse é um bocadinho um olhar mais largo que se impõe neste momento", defendeu.
O Bloco de Esquerda anunciou hoje que vai avançar com uma proposta de comissão de inquérito parlamentar sobre o controlo público e político da gestão da TAP, visando um escrutínio completo da situação desta empresa.
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