Salários de gestores? Daniel Adrião critica Costa por ignorar moção do PS
O líder da tendência minoritária no PS, Daniel Adrião, criticou hoje António Costa por ter levado para o Governo todos os candidatos à sua sucessão e ignorar uma moção do partido para limitar salários de gestores.
© Blas Manuel / Notícias Ao Minuto
Política PS
"Esses putativos sucessores foram apresentados no último Congresso Nacional do partido com toda a pompa e circunstância e colocados numa montra", declarou Daniel Adrião na reunião da Comissão Nacional do PS, que está a decorrer em Coimbra.
Segundo este dirigente socialista, António Costa "transferiu para dentro do Governo a tensão e a competição que deveria ser dirimida no seio do partido, contribuindo mesmo para a alimentar artificialmente, inventando candidatos que nunca o serão".
A seguir, referiu-se em particular ao ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos.
"Chamei a atenção para a necessidade de os nossos camaradas António Costa e Pedro Nuno Santos darem explicações sobre o embate que se deu entre os dois com o célebre despacho sobre a localização do novo aeroporto. Não se tratou de um episódio pontual, como agora se tornou ainda mais evidente. Foi uma erupção provocada por um acumular de tensões que se vinha arrastando há muito tempo dentro do Governo, e que é o reflexo de visões diferentes entre ambos sobre posicionamento estratégico e político-ideológico do PS", considerou.
Depois de defender "uma reestruturação profunda no Governo, mexendo na sua orgânica", acusou a direção socialista de ter ignorado a existência de uma moção setorial no PS para limitar as remunerações de gestores de topo.
"Esta moção deu lugar à apresentação de uma iniciativa legislativa na Assembleia da República, subscrita por um conjunto de deputados socialistas, entre os quais o então líder parlamentar e presidente do partido, Carlos César, e o atual secretário-geral Adjunto, João Torres", referiu.
O projeto apresentado, acrescentou, "defendia a revisão das remunerações das empresas do setor público empresarial -- como é o caso da TAP - e a penalização das empresas privadas que não implementassem esta limitação proporcional, como, por exemplo, o agravamento da sua contribuição para a Segurança Social ou impedindo o seu acesso a subsídios e apoios públicos".
Daniel Adrião deixou depois uma pergunta: "Por que razão o Governo não seguiu as orientações do partido nesta matéria?".
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