Mariana Mortágua? "Comporta-se como se fosse dona das verdades"

O ministro da Economia e do Mar afirmou hoje que a deputada bloquista Mariana Mortágua se comporta "como se fosse dona das verdades", considerando que esta tem uma posição "obsoleta" e "retrógrada" sobre o papel das tecnologias.

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Lusa
17/01/2023 17:48 ‧ 17/01/2023 por Lusa

Política

António Costa Silva

Estas declarações acontecem depois das questões colocadas pela deputada a António Costa Silva, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito de uma audição regimental.

Mariana Mortágua, na sua intervenção, considerou ser uma "premissa empiricamente falsa" a ideia de que o Estado não é um bom acionista, apontando que por isso "não existe outro ministro tão elogiado pela direita" como António Costa Silva.

A deputada apontou que o ministro estava a fazer um debate "cheio de jargão sobre inovação", "uma espécie de fascínio meio inocente por tudo o que é moderno, por tudo o que é inovação, sem falar em salários e da importância dos salários para a economia, para o crescimento da economia e sem uma postura minimamente crítica sobre o enviesamento financeiro e especulativo face à economia produtiva", como também sem uma posição crítica sobre os avanços tecnológicos e os incentivos fiscais criados.

Em resposta, o ministro respondeu que "o Estado não está vocacionado para dirigir empresas" e que essa é a sua "convicção profunda e pessoal".

Isto até porque "tinha a convicção contrária e depois vivi num país em que vi a nacionalização das empresas", argumentou.

Sobre as tecnologias, "eu penso que a senhora deputada está errada", são "as tecnologias que transformam o mundo, são as tecnologias que nos trouxeram das cavernas até aqui, são as tecnologias que explicam o extraordinário desenvolvimento económico que a nossa civilização tem no século XXI", sublinhou o ministro, enquanto se ouviu Mariana Mortágua a dizer que era como a "banha da cobra".

"É a banha da cobra", retorquiu o ministro, questionando porque é que PIB mundial se desenvolveu.

"Ainda não reparou? Está distraída? É que foram as grandes descobertas - no século XXI ou que foram geradas antes do século XXI -, a revolução industrial, a máquina a vapor, a eletricidade, o telefone o laser, são essas tecnologias que tiveram impacto na transformação da vida das pessoas", prosseguiu António Costa Silva, no momento mais aceso da audição.

E "a senhora deputada, por essa posição que é obsoleta, retrógrada, que é pura e simplesmente negar o efeito das tecnologias, era a última coisa que eu estava a pensar ouvir no parlamento português esta tarde", lamentou o ministro da Economia.

Aliás, "a senhora deputada é especialista em ter obsessões sobre coisas erradas e a outra coisa errada sobre a qual tem uma grande obsessão é o SIFIDE [Sistema de Incentivos fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresarial], é o investimento na inovação, é o investimento na tecnologia. Eu às vezes estou nestes debates e parece que estamos aqui a posicionar-nos numa espécie de regresso às cavernas, acabemos com as tecnologias, as tecnologias são nefastas", continuou António Costa Silva.

"Oh senhora deputada, as tecnologias salvaram a espécie humana, tudo aquilo que se passa em termos de investigação", prosseguiu, enquanto Mariana Mortágua retorquia, o que levou o ministro a exigir: "Agora é a minha vez de falar, seja democrata, não seja totalitária, oiça os outros".

E criticou ainda: "A senhora deputada chega a este parlamento e comporta-se como se fosse dona das verdades. Está errada em quase tudo. O SIFIDE é um dos grandes responsáveis pelo país ter feito a sua trajetória em termos de inovação, em termos de desenvolvimento tecnológico, mas, senhora deputada, o mundo não é perfeito" e o "mundo funciona com as imperfeições".

Cabe ao Governo, no âmbito das políticas públicas, "condicionar essas imperfeições", rematou.

Mariana Mortágua também questionou o ministro se a ex-presidente executiva do Banco Português do Fomento, Beatriz Freitas, recebeu indemnização e a mesma pergunta foi colocada aos presidentes das sociedades de garantia mútua.

O ministro respondeu que não sabia mas que iria investigar e informar a deputada sobre o assunto.

Leia Também: "Vamos tentar voltar" a níveis de investimento estrangeiro de 2021

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