CDS diz que liberais não são adversário, mas vinca diferenças
O CDS-PP salientou hoje que a IL não é o adversário dos democratas-cristãos, mas vincou as diferenças entre os dois partidos em matérias como a eutanásia ou a liberalização das drogas leves.
© Lusa
Política IL/Convenção
Em declarações aos jornalistas após o encerramento da VII Convenção da IL, o vice-presidente do CDS-PP Telmo Correia saudou o novo líder liberal, Rui Rocha.
"Não vemos a IL como adversário à partida, o nosso adversário é o PS, o que não quer dizer que não existam diferenças significativas entre o que é o CDS e o que a IL acabou de afirmar", disse, apontando as preocupações sociais e "com os mais pobres" dos democratas-cristãos como a principal distinção.
Ainda assim, Telmo Correia defendeu ser importante que haja uma alternativa ao atual Governo e assegurou que o CDS-PP -- que perdeu representação parlamentar nas últimas legislativas -- "quer ser parte dessa alternativa".
"Essa alternativa tem de ser conversada entre os partidos do centro-direita em que está a IL, que é um partido com o qual, tal como o PSD, estamos dispostos a dialogar e construir uma alternativa", afirmou.
Telmo Correia respondeu com ironia a quem diz que essa alternativa de centro-direita ainda não está preparada.
"E o PS está? É que não parece, dia após dia. Começa a ser tempo de pensar numa alternativa e o CDS quer ser parte dessa alternativa", insistiu.
Questionado sobre a notícia do Público de que a ex-secretária de Estado Alexandra Reis não declarou ao Tribunal Constitucional a indemnização que recebeu da TAP, o 'vice' do CDS-PP disse que este foi o primeiro partido a dizer que a sua demissão "era inevitável", mas virou baterias para o ex-ministro Pedro Nuno Santos.
"Como é possível que um ministro que tinha a responsabilidade sobre a TAP primeiro peça informações à TAP e depois venha a admitir que afinal sabia. São contradições sucessivas e falhanços sucessivos", acusou.
Questionado se a IL não pode ocupar de forma definitiva o lugar que já foi do CDS-PP, Telmo Correia respondeu negativamente.
"Na cadeira, talvez. Agora o espaço político e os conceitos não, são completamente diferentes", defendeu, salientando que o CDS-PP "bateu-se durante anos" contra a eutanásia e a liberalização das drogas, duas matérias defendidas pela IL.
Também presente na sessão de encerramento da Convenção da IL, a dirigente do Livre Patrícia Robalo deu os parabéns a Rui Rocha, a quem desejou um "ótimo mandato", mas apontou as diferenças significativas entre os dois partidos.
"O Livre defende um modelo de desenvolvimento completamente diferente, mais inclusivo e mais ecológico, mas valorizamos o debate de ideias. Mas importa reforçar que não pode haver ambiguidades em relação à extrema-direita", avisou, numa referência ao Chega.
O deputado Rui Rocha foi hoje eleito o novo presidente da IL, tendo a moção apresentada pela sua lista à comissão executiva alcançado 51,7% dos votos.
À sucessão de João Cotrim Figueiredo apresentaram-se, pela primeira vez na história do partido, mais do que uma lista e disputaram a liderança os deputados e dirigentes Rui Rocha e Carla Castro e o conselheiro nacional José Cardoso na VII Convenção Nacional da IL, que termina hoje em Lisboa.
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