Chega evidencia um ano marcado por "instabilidade atrás de instabilidade"

O presidente do Chega considerou hoje que o primeiro ano da maioria absoluta do PS ficou marcado por "casos atrás de casos, instabilidade atrás de instabilidade" e acusou os socialistas de tentarem "impedir o escrutínio" do Governo pelo parlamento.

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© Leonardo Negrão/Global Imagens

Lusa
28/01/2023 07:06 ‧ 28/01/2023 por Lusa

Política

Maioria Absoluta

Em declarações à agência Lusa, André Ventura evidenciou os "casos atrás de casos, instabilidade atrás de instabilidade, com questões quer na justiça quer na comunicação social, e o Governo a mostrar que a maioria absoluta lida muito mal com o escrutínio".

"Eu acho que o Governo está muito fragilizado e duvido que chegue até ao fim, honestamente, e acho que é o Presidente da República que, infelizmente, cedo ou tarde, vai ter de pôr um ponto final nisto, porque o parlamento não o pode fazer, visto que está limitado pela maioria absoluta que neste momento o PS tem", sustentou.

André Ventura considerou que "hoje muito pouca gente acha que este Governo vai durar os quatro anos, o que significa uma realidade política em fragmentação, em rápida desagregação".

"Completamente diferente daquilo que pensámos há um ano, em janeiro, quando o Governo é eleito. Pensámos: 'bom, bem ou mal, temos aqui quatro anos que são deste Governo, vamos começar a criar uma alternativa para depois destes quatro anos'", apontou, insistindo que atualmente não acredita que a legislatura vá até ao fim.

O presidente do Chega apontou que "este rol de casos, de incompatibilidades e de corrupção estão a manchar o Governo dentro de fronteiras e para lá das fronteiras" e defendeu que "os portugueses têm que se preparar muito em breve para ter mudanças a nível governativo e a nível parlamentar".

Ventura considerou igualmente que, na Assembleia da República, a maioria do PS "está a bloquear permanentemente todos os instrumentos normais da atividade parlamentar", lamentando que "todos os casos mais gravosos ou mais emblemáticos do país têm sido trabalhados pela oposição com o recurso a direitos potestativos, o que já em si é um mau sinal".

"E só isto mostra como há aqui mesmo um rolo compressor, como há aqui uma maioria que está a tentar impedir todo o escrutínio, toda a atividade parlamentar e focar tudo no Governo, como que a dizer 'vamos é focar-nos na obra do Governo, sem escrutínio e sem vida parlamentar'", afirmou, considerando que há "um braço de ferro que não era necessário entre o Governo e o parlamento e que se está a verificar casa vez mais".

Além de assinalar que as legislativas trouxeram um "novo panorama quer na oposição, quer no Governo", com o executivo "sustentado numa maioria absoluta" e que "não está dependente da extrema-esquerda", o presidente do Chega salientou também, à direita, o crescimento do seu partido e da Iniciativa Liberal.

Em 30 de janeiro de 2022 o PS venceu as eleições legislativas antecipadas com maioria absoluta e elegeu 120 deputados, tendo o PSD ficado em segundo lugar, com 77 parlamentares. O Chega conseguiu a terceira maior bancada, com 12 deputados, seguindo-se a Iniciativa Liberal, com oito, o PCP, com seis, o BE, com cinco, o PAN, com um, e o Livre, também com um.

Devido à repetição de eleições no círculo da Europa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apenas deu posse ao XXIII Governo Constitucional, o terceiro chefiado por António Costa, em 30 de março de 2022.

Leia Também: Maioria absoluta. PS desdramatiza as opções de confrontação com o Governo

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