PSD acusa PS de "desbaratar a confiança dos portugueses"

O PSD classificou hoje como uma "verdadeira deceção" o primeiro ano da maioria absoluta socialista, considerando que o PS "desperdiçou uma grande oportunidade" e "desbaratou a confiança" que os portugueses lhe deram nas últimas eleições legislativas.

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Lusa
28/01/2023 06:15 ‧ 28/01/2023 por Lusa

Política

Maioria Absoluta

"Creio que avaliação que o PSD faz é muito similar àquela que hoje os portugueses também fazem, é uma verdadeira deceção", afirmou o secretário-geral social-democrata, em declarações à agência Lusa, quando se completa um ano sobre a vitória do PS nas eleições legislativas com maioria absoluta, em 30 de janeiro de 2022.

Hugo Soares assinalou que "os portugueses deram, há um ano, uma maioria absoluta ao PS", com o propósito de "dar estabilidade política ao país", mas "o que tem acontecido é tudo menos aquilo que eram os propósitos dessa maioria absoluta".

"Durante este último ano, o PS desperdiçou uma grande oportunidade, desbaratou a confiança dos portugueses. Temos vivido um clima de grande instabilidade política e o Governo, ao invés de se concentrar naquilo que era essencial num ano que foi difícil, que era a resolução dos problemas das pessoas, das portuguesas e dos portugueses, viu-se envolvido num conjunto de casos, de demissões de membros do Governo, de trapalhadas, que me levam a dizer que este ano foi verdadeiramente uma deceção do ponto de vista político", defendeu.

O secretário-geral do PSD criticou que "o Governo está a fazer tudo menos aquilo que lhe compete, que era governar".

"Nós sabemos que o Governo está envolvido num conjunto de casos, virado para dentro, e o próprio PS está a viver um momento de grande conturbação. Nós sabemos hoje que aquilo que acontece no PS não é ajudar o Governo a cumprir o seu papel de governação, mas antes está hoje preocupado com quem vai suceder ao secretário-geral do PS", afirmou.

Hugo Soares considerou que o Governo "tem todas as condições para governar" e "transformar o país do ponto de vista estrutural, dotá-lo das melhores condições para o futuro e, sobretudo, resolver o problema concreto do dia a dia da vida das pessoas".

"Nós temos hoje uma crise provocada pela inflação, temos uma guerra no mundo, temos cada vez mais pobreza em Portugal, mais dificuldade das pessoas no acesso ao cabaz alimentar, à mobilidade, ao pagamento das contas no final do mês, e temos um Governo completamente virado para os seus problemas internos, para os problemas dos seus ministros, para os problemas das senhoras e dos senhores secretários de Estado, isto é desbaratar de facto uma oportunidade única que os portugueses deram ao PS", salientou.

O antigo líder parlamentar do PSD apontou também que, a nível parlamentar, "esta maioria absoluta julga-se um poder absoluto, que tudo manda, que tudo pode, que tudo controla", e "há sucessivos requerimentos de audições de ministros que o parlamento quer ouvir, para cumprir o seu papel de escrutínio do Governo, que o PS constantemente reprova, portanto, não deixa os ministros irem ao parlamento".

"Nós sabemos que o primeiro-ministro teve já várias intervenções públicas que demonstram laivos, eu diria, de quem tudo pode ou de quem tudo acha que pode, funcionando até, um bocadinho, como o dono disto tudo. E não é o dono disto tudo", defendeu.

Hugo Soares considerou que António Costa "devia usar o poder que o povo lhe conferiu para melhorar a vida das pessoas", mas indicou que "está a usar esse poder para controlar aquilo que devia ser o escrutínio dos demais órgãos de soberania".

Em 30 de janeiro de 2022 o PS venceu as eleições legislativas antecipadas com maioria absoluta e elegeu 120 deputados, tendo o PSD ficado em segundo lugar, com 77 parlamentares. O Chega conseguiu a terceira maior bancada, com 12 deputados, seguindo-se a Iniciativa Liberal, com oito, o PCP, com seis, o BE, com cinco, o PAN, com um, e o Livre, também com um.

Devido à repetição de eleições no círculo da Europa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apenas deu posse ao XXIII Governo Constitucional, o terceiro chefiado por António Costa, em 30 de março de 2022.

Leia Também: Ventura quer Chega a "liderar a oposição" já nas próximas legislativas

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