"Quantos mais meses vai ser preciso decorrer para que o PSD perceba que temos de ter uma comissão parlamentar que investigue a fundo a interferência de António Costa na regulação bancária e na proteção de Isabel dos Santos, que não é a enviar 10 perguntas ou 12 ou 15, que depois não veem resposta", questionou.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder do Chega considerou que "parece que o PSD está a querer adiar este assunto, parece que está a querer usar um expediente dilatório para atrasar este assunto, e isto é incompreensível".
"A situação já era constrangedora, agora está a tornar-se absolutamente insustentável", criticou.
André Ventura referiu que o parlamento vai debater e votar na sexta-feira uma proposta do Chega para constituição de uma comissão parlamentar eventual para "apurar e prevenir interferência política abusiva no sistema bancário português" .
"O Chega já propôs uma comissão de inquérito, que foi chumbada. Amanhã o PSD tem novamente oportunidade de mostrar que está ao lado de uma investigação nesta matéria", defendeu, apelando a que "toda a direita perceba que é o momento de agir".
Considerando que "ninguém compreende muito bem, nem à esquerda, nem à direita, esta atitude do PSD", Ventura questionou "de que é o PSD tem medo?".
Quando apresentou a proposta, no início de fevereiro, o presidente do Chega afirmou que o partido ia propor uma comissão parlamentar eventual potestativa (de caráter obrigatório), mas a iniciativa será votada em plenário.
Ventura indicou hoje que "não foi permitido" e que a conferência de líderes entendeu que a proposta teria de ser votada.
O PSD endereçou hoje mais 14 perguntas ao primeiro-ministro sobre a alegada interferência no Banco de Portugal em benefício da empresária angolana Isabel dos Santos, e também na venda e resolução do Banif, considerando que será a "última oportunidade" para esclarecer o assunto.
Os sociais-democratas já tinham enviado, em 23 de novembro, 12 perguntas a António Costa sobre estes temas, sendo que parte das perguntas do PSD centravam-se na alegada intromissão do Governo no Banco de Portugal, na sequência das acusações de Carlos Costa reveladas no livro "O Governador".
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