Martim Moniz? "Há vergonha de quem é encostado à parede sem motivo"

Mariana Mortágua voltou à Rua do Benformoso para ouvir os imigrantes.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Notícias ao Minuto
09/01/2025 12:28 ‧ há 9 horas por Notícias ao Minuto

Política

Mariana Mortágua

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, regressou esta quinta-feira à Rua do Benformoso, no Martim Moniz, em Lisboa, para ouvir os imigrantes na sequência da "operação especial" da Polícia de Segurança Pública (PSP) do dia 19 de dezembro e disse sentir que, da parte de quem vem de fora e escolhe Portugal para viver, há "medo" e um "sentimento de vergonha".

 

"De pessoas que trabalham e há um dia em que são encostadas à parede e revistadas sem nenhum motivo. O cansaço que se vive não é da atenção mediática, é da utilização desta rua para uma campanha de ódio, racista e mentirosa", contou aos jornalistas Mariana Mortágua.

A bloquista revelou que vários imigrantes lhe confessaram que, quando têm um problema de segurança, com vidros partidos os danos em carros, "chamam a polícia e não conseguem que venha porque percebem que são do Paquistão ou do Bangladesh".

Por isso espera que a manifestação do próximo sábado, a partir das 15h00, na Alameda, em Lisboa, "seja um momento de união".

"Há muitas comunidades de imigrantes em Portugal e estão muito atentas à política porque compreendem que há políticos que querem fazer das suas vidas motivos de propaganda política e campanha de ódio. A manifestação que vamos ter no sábado junta partidos políticos, movimentos sociais e comunidades de imigrantes e não é a única vez que se associam", acrescentou a coordenadora do BE.

Martim Moniz.

Martim Moniz. "Vi portugueses que passaram na rua e não foram encostados"

A Associação Renovar a Mouraria entregou a queixa à provedora de Justiça, esta segunda-feira.

Cátia Carmo | 10:50 - 06/01/2025

Segundo a PSP, nesse dia 19 de dezembro foi realizada uma "operação especial de prevenção criminal" na zona do Martim Moniz, Lisboa, sobretudo para deteção de armas e droga.

Numa nota divulgada, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP explicitou que a operação na freguesia de Santa Maria Maior teve como objetivo "alavancar a segurança e tranquilidade pública da população residente e flutuante" e que "está a decorrer na zona da Praça do Martim Moniz, área onde frequentemente se registam ocorrências que envolvem armas".

De acordo com dados da própria PSP, após a operação foram feitas duas detenções, apreendidos 3.435 euros em numerário, um passaporte, diversos documentos por suspeita a auxílio a imigração ilegal, haxixe, uma faca com mais dez centímetros de lâmina e um telemóvel que constava como furtado.

Os resultados, mas, sobretudo, a forma como foi conduzida e os alvos desta operação policial, entre outras manifestações de repúdio, levou já um grupo de cerca de 700 cidadãos, entre eles deputados do PS, Bloco de Esquerda e Livre, a apresentar uma queixa à provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral.

Leia Também: Martim Moniz? Ferro e Vera Jardim pedem participação na manifestação

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