Para PS, é "claro que havia responsabilidade do ponto de vista da gestão"
O Partido Socialista (PS) disse, esta segunda-feira, que o relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) demonstra que houve "responsabilidades do ponto de vista da gestão" sobre a indemnização e saída da ex-secretária de Estado Alexandra Reis da TAP.
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Política TAP
"Ficou claro que havia responsabilidades do ponto de vista da gestão, da forma como indemnização foi feita e na forma como saída a de Alexandra Reis foi construída e o Governo tomou as decisões que tinha que tomar", referiu em declarações à agência Lusa o deputado socialista Carlos Pereira.
A IGF concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, adiantou hoje o Governo, que vai pedir a devolução da indemnização.
Na sequência das conclusões do relatório, o Governo exonerou o presidente do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener, e anunciou que escolheu Luís Silva Rodrigues, que atualmente lidera a Sata, para assumir ambos os cargos.
Sobre a nomeação de Luís Silva Rodrigues, o socialista vincou que a escolha é feita para dar continuidade e "prosseguir o trabalho que tem sido feito", sublinhando os "bons resultados" da atual gestão.
"Mas parece-me que isto é muito importante para o tempo que a TAP precisa e a serenidade que a TAP precisa neste momento difícil que está a passar, extraordinário, muito desafiante", defendeu Carlos Pereira.
Questionado sobre as exigências de mais responsabilidades políticas por parte dos partidos da oposição, o deputado socialista apontou que o PSD "não gostou do relatório da IGF".
"[O PSD] Tinha uma espécie de ideia de que o relatório da IGF os ajudava a fazer oposição bem feita, coisa que não têm feito e, portanto, como o relatório da IGF não segue aquilo que são as intenções dos partidos da oposição, (...) então desataram a procurar outras responsabilidades", frisou.
Para Carlos Pereira, o relatório não acrescenta nenhuma outra informação" que "possa levar a outras responsabilidades políticas".
O também coordenador do PS na comissão de inquérito sobre a TAP vincou ainda que já ocorreram responsabilidades políticas relacionadas com a saída de Alexandra Reis da TAP
Sobre esta comissão, Carlos Pereira destacou que existem "ainda algumas perguntas que não foram respondidas".
"[A comissão] Decorrerá com total normalidade. Os documentos ainda não foram todos recebidos e este [o relatório da IGF] era um documento central, mas ainda há outros que foram solicitados e que não foram recebidos", acrescentou.
O socialista apontou ainda para "uma questão que entrou na agenda da comissão parlamentar de inquérito", referindo-se ao "impacto que a compra dos aviões teve no plano de reestruturação" da companhia aérea.
"Aquela compra dos aviões que tem sido noticiada, feita no quadro da privatização e que fez com que o ator privado, o privado que [o Governo] PSD e CDS encontrou para tomar conta da companhia, no fundo, tenha comprado a companhia com dinheiro da própria empresa. E, portanto, isto merece também uma análise. Acho que temos aqui matéria para, no quadro da comissão parlamentar de inquérito, clarificar e ajudar a que de uma forma rápida e com um grande sentido de responsabilidade, permitir devolver a confiança que é preciso ter nesta empresa", realçou.
Na semana passada, o PS acusou o antigo Governo PSD/CDS de ser cúmplice com o facto de a compra da TAP ter sido feita com recursos da própria companhia aérea, defendendo que esta "não foi privatizada, foi oferecida" a David Neelman (antigo acionista da companhia).
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