O dirigente socialista Porfírio Silva reagiu, esta quinta-feira, à entrevista dada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito do dia em que assinala sete anos no cargo, e durante a qual considerou, entre outras coisas, que o Governo em funções "nasceu com uma maioria já requentada e cansada".
"Estarmos muitos anos no Governo cria novos desafios", referiu Porfírio Silva, sublinhando que, historicamente, não era uma situação muito "normal". "Mas isso significa que os portugueses depois de terem tido muitos anos para avaliar em concreto aquilo que o Governo tinha feito, deram a resposta: 'O que queremos é que esta governação continue'", atirou, em declarações aos jornalistas, no Parlamento, em Lisboa, considerando que as palavras de Marcelo dizem mais respeito a uma "exigência" do que a uma "crítica".
Durante a sua intervenção, o responsável disse ainda que a análise feita por Marcelo foi "equilibrada". "Esperamos que possamos continuar a dar uma resposta a esta avaliação. Vamos continuar a encher o copo, vamos fazer mais para que haja mais água para mais portugueses nestas circunstâncias", afirmou.
O socialista referiu ainda que "há sempre coisas que faltam fazer" e que, a este respeito, "há sempre coisas para melhorar".
"A capacidade para ouvirmos tanto as referências às coisas que correm melhor, tanto as referências às coisas que são precisas ultrapassar, para nós são o estímulo para continuar", atirou.
Porfírio Silva considerou ainda que o contexto atual "desafiante", lembrando a questão da guerra na Ucrânia ou da subida da inflação. "Não é uma situação fácil. Aliás, este Governo nunca teve anos fáceis desde que o primeiro-ministro António Costa entrou em funções", defendeu.
Questionado sobre os avisos dados por Marcelo sobre o cenário económico deste ano, o dirigente considerou que Marcelo manteve a sua 'linha'. "Que é, nós não podemos parar, descansar, nem ficar satisfeitos e temos de continuar", afirmou, notando que Marcelo deixou claro que estará atento. "A avaliação contínua da execução e a opinião de quem tem a responsabilidade de fazer a avaliação e de transferir os fundos correspondentes para ir avançado, até agora tem sido uma avaliação cinco estrelas", atirou, admitindo que a execução do PRR era "muito exigente". "Ninguém pode descansar um segundo que seja", insistiu.
[Notícia atualizada às 22h51]
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