Os líderes dos dois partidos visitaram esta tarde, com cerca de uma hora de diferença, a Futurália, uma feira dedicada à educação que decorre em Lisboa e termina no sábado.
Em declarações aos jornalistas, o líder do Chega considerou que "o Governo tem falhado tanto aos jovens", que "estão sem futuro em Portugal", e indicou que marcou presença nesta iniciativa, acompanhado por vários deputados, para lhes transmitir que "o futuro governo não lhes vai falhar".
"E esse é o nosso compromisso para os próximos anos. Dizer aos jovens não vão ter que emigrar, que vão poder ter aqui em Portugal oportunidades e serão pagos ao nível do que os melhores países da Europa fazem", afirmou.
Apontando que a "emigração jovem continua elevada", André Ventura defendeu que é necessário inverter este ciclo.
"Hoje somos também um país de imigração, mas queremos é que os nossos jovens fiquem, tenham aqui boas oportunidades, consigam sair de casa dos pais, ter a sua casa, constituir família, nada disso está a acontecer. Temos uma juventude que está mais empobrecida face aos países mais ricos da Europa e temos que inverter isso", defendeu, salientando que "os jovens merecem um investimento maior".
Questionado sobre o manifesto assinado por dezenas de personalidades, incluindo o ex-ministro Manuel Heitor e a ex-secretária de Estado adjunta e da Educação Alexandra Leitão, defendendo o fim gradual das propinas, o presidente do Chega defendeu que "o ensino deve ser tendencialmente acessível a todos".
"Nós devemos caminhar para que o ensino seja acessível a todos, de forma universalmente gratuita", indicou. No entanto, considerou que deve ser avaliado "se nos casos das pessoas com mais altos rendimentos ou com rendimentos muito elevados, se a medida também se deve aplicar ou não".
O líder do Chega indicou também que o seu partido entregou hoje no parlamento um projeto de lei com vista ao fim das taxas de admissão e emolumentos para a prestação de provas de doutoramento.
André Ventura foi abordado por algumas dezenas de jovens que pediram para tirar fotografias ao longo da visita aos dois pavilhões da Feira Internacional de Lisboa onde decorre a Futurália e afirmou que "eventualmente já é uma espécie de campanha".
O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, propôs a criação de um "programa Ficar", a par do já existente Programa Regressar, "que permitisse que os jovens pudessem encontrar futuro" em Portugal.
"Nós olhamos à volta e vemos um país esgotado, um país sem soluções, um país que não tem nada para oferecer para os jovens. As pessoas com quem temos falado, muitas delas nos referem que encaram a emigração como uma possibilidade ou mesmo como uma situação que vai mesmo acontecer", afirmou o líder dos liberais em declarações à agência Lusa.
Rui Rocha disse que a emigração jovem é uma "preocupação" do partido e apontou o "crescimento económico" como a solução, referindo que o mesmo "não pode continuar a ser adiado".
O presidente da Iniciativa Liberal afirmou que o "crescimento económico" é o que permite "um país com salários competitivos, com investimento, com risco, com crescimento", e considerou que "isso é o que tem faltado" e "tira o futuro" aos jovens.
Também questionado sobre o manifesto pelo fim das propinas, o líder da IL recusou esta ideia e defendeu que "vai piorar o ensino superior", salientando a importância da ação social.
"Teremos muitas pessoas que podem pagar, que não estariam a pagar, prejudicando a qualidade do ensino por falta de financiamento. O que deve haver é políticas concretas dirigidas para aqueles que realmente não podem e precisam de ser apoiados", afirmou o deputado.
A acompanhar Rui Rocha nesta visita à Futurália esteve a deputada Patrícia Gilvaz e o deputado e ex-líder João Cotrim Figueiredo, que foi abordado por mais jovens para tirar fotografias.
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