O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, acusou, esta segunda-feira, o CFO da TAP, Gonçalo Pires, de mentir na comissão de inquérito à tutela política da gestão da empresa, apelando, por isso, à tomada de uma posição por parte do ministro das Finanças, Fernando Medina, e do primeiro-ministro, António Costa.
Em declarações após a reunião da Comissão Política Permanente do PSD, o social-democrata apontou já haver "uma primeira situação que não podemos deixar em claro" no que toca à comissão de inquérito à TAP, que arrancou a 29 de março.
"O CFO da TAP mentiu na comissão de inquérito e isso tem de ter, obviamente, consequências", começou por dizer Luís Montenegro, em conferência de imprensa.
O líder do PSD foi mais longe, recordando que "o CFO da TAP é o elemento da administração da empresa que reporta diretamente ao Ministério das Finanças; trata das finanças da TAP, e faz o reporte às Finanças do Governo", desafiando, nessa linha, a que "o ministro das Finanças e o primeiro-ministro a tomem uma posição acerca da falta à verdade que consubstanciou o depoimento que foi dado na comissão parlamentar de inquérito por este responsável".
— PSD (@ppdpsd) April 3, 2023
Questionado pelos jornalistas presentes, Montenegro atirou ainda considerar que Gonçalo Pires não tem condições para permanecer no cargo, uma vez que está em causa "uma companhia 100% pública, em processo de reprivatização" e uma "pessoa com alta responsabilidade, de alguém que tem reporte direto ao Ministério das Finanças".
"A falta de verdade numa comissão de inquérito inviabiliza a assunção das condições exigíveis para o cumprimento dessa tarefa", rematou.
De notar que a comissão de inquérito à TAP começou, a 29 de março, a fase das audições, tendo sido a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) a primeira entidade a ser ouvida, após ter concluído que houve falhas no processo de saída da ex-administradora Alexandra Reis, o que levou o Governo a exonerar os presidentes da companhia.
A comissão, proposta pelo Bloco de Esquerda, incidirá entre 2020 e 2022, no sentido de averiguar a entrada e saída na companhia aérea de Alexandra Reis, que tomou, depois, posse como secretária de Estado do Tesouro, e as responsabilidades da tutela nas decisões tomadas.
[Notícia atualizada às 17h52]
Leia Também: TAP? "Imaginem se houvesse CPI à gestão de todas as empresas públicas"