Depois da CEO da TAP ser ouvida no Parlamento, na terça-feira, o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, reagiu às declarações de Christine Ourmières-Widener, salientando as "pressões políticas" de que foi alvo e destacando que "a verdade está a vir ao de cima".
"Nós ouvimos ontem o senhor primeiro-ministro a dizer que a verdade nunca fez mal ao país e depois temos esta audição da CEO da TAP e o que encontramos é que a verdade é que há muitas mentiras. Muitas mentiras protagonizadas pelo Governo, muitas mentiras protagonizadas pelo Partido Socialista (PS) e isso é a principal conclusão daquilo que foi a audição da CEO da TAP ontem", começou por dizer.
Rui Rocha diz esperar que António Costa, na qualidade de primeiro-ministro, "seja consequente".
"Queria a verdade e ela começa a vir ao de cima", destacou, acrescentando que Christine Ourmières-Widener "sofreu enormes pressões políticas ao longo do seu mandato" como presidente da companhia aérea.
"O que ouvimos a CEO da TAP dizer e ninguém negou é que ela sofreu enormes pressões políticas ao longo do seu mandato e que, muitas vezes, dedicou mais tempo à gestão das pressões políticas do que à gestão da companhia. E isso é bem um exemplo do que foi a péssima decisão de renacionalização da TAP. Temos uma companhia gerida publicamente e as pressões políticas sobrepõem-se as políticas e à eficácia de gestão", elaborou o presidente dos liberais.
Rui Rocha admite que exigiu "a demissão do ministro João Galamba", uma vez que se tornou "evidente" que foi "promovida uma reunião secreta com assessores de diferentes ministérios", com a presença de deputados do PS, o que, na visão da Iniciativa Liberal, "configura uma clara violação do princípio da separação de poderes, uma tentativa de condicionamento daquilo que ia ser discutido em comissão e uma intromissão insustentável do poder político naquilo que devia ser uma audição que iria ter lugar umas horas depois e que o Parlamento pretendia conhecer dados de gestão que não deveriam ser condicionados".
"António Costa não pode permanecer calado perante a evidência de tentativas claras de condicionamento e de intromissão da gestão de uma companhia aérea", reforça ainda Rui Rocha, considerando que a "responsabilidade última é dele e só dele".
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