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Lula? "Quem quer a paz, começa por condenar quem começou a guerra"

Marques Mendes comentou, entre vários assuntos, as polémicas declarações de Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia.

Lula? "Quem quer a paz, começa por condenar quem começou a guerra"
Notícias ao Minuto

23:07 - 16/04/23 por Daniela Carrilho

Política Marques Mendes

Após as polémicas declarações do presidente do Brasil sobre a guerra na Ucrânia, a contestação de alguns partidos sobre a participação de Lula da Silva numa sessão solene no 25 de Abril no Parlamento português começou a surgir. No entanto, para Luís Marques Mendes "esta matéria não deveria ser partidarizada".

"Acho que devemos fazer um esforço para analisar esta questão sem a lógica tradicional partidária", afirmou o comentador, no seu espaço habitual na SIC, considerando que "qualquer democrata está grato que tenha ganho a eleição do Brasil", uma vez que "é o melhor presidente possível ou apenas o mal menor". A vitória sobre Bolsonaro "foi uma vitória da democracia no Brasil, um sinal muito importante para o mundo e da decência política".

Desconsiderando a controvérsia em torno da participação de Lula da Silva na sessão solene do 25 de Abril, salienta que o que é "essencial" são "as declarações que Lula da Silva fez ontem na China" e descreve-as como "inaceitáveis".

"Não devíamos partidarizar, mas devíamos pensar nisto. Lula da Silva esteve ontem na China e veio dizer que, em grande medida, quem é culpado também desta guerra é a União Europeia (UE) e, como Portugal faz parte da UE, é indiretamente uma crítica também a Portugal. No fundo disse à UE, tal como aos Estados Unidos, que com o seu apoio militar à Ucrânia, evidentemente, estão a ajudar a que a guerra não acabe", destacou o antigo líder do PSD.

Neste âmbito, Marques Mendes comparou as declarações do presidente brasileiro à "posição do PCP em Portugal". "Quando Lula da Silva vier a Portugal, acho que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro António Costa deviam, com a elegância que estes momentos exigem, com dignidade e frontalidade, explicar três coisas muito simples a Lula", acrescentou.

Primeiramente, na guerra da Ucrânia "há um agressor e há um agredido" e, por norma, um democrata "condena o agressor e apoia o agredido".

Depois, "queixa-se do apoio militar da União Europeia à Ucrânia", mas "é preciso explicar-lhe esta coisa muito simples: se não fosse o apoio militar do Ocidente, EUA e UE a esta hora já não havia Ucrânia livre e independente com a agressão na Rússia, a esta hora já não havia democracia na Ucrânia, a esta hora a Ucrânia já havia perdido a sua soberania".

Por fim, Marques Mendes garante que "todos nós queremos a paz e não é apenas ele. Todos nós queremos a paz, mas quem quer a paz, começa por condenar quem começou a guerra".

"O Brasil e o presidente Lula da Silva ainda não condenaram a Rússia por ter agredido e invadido a Ucrânia. A questão, como se vê, é nacional, não é partidária. Acho que Lula da Silva tem o direito de ter a sua posição, mas acho que Portugal também devia explicar o seu ponto de vista, porque quem não se sente, não é filho de boa gente", rematou.

Recorde-se que em causa estão as declarações do presidente brasileiro, que defendeu, no final de uma visita à China, que os Estados Unidos devem parar de "encorajar a guerra" na Ucrânia e que a União Europeia deve "começar a falar de paz".

Leia Também: Lula da Silva quer G20 político para negociar a paz na Ucrânia

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