Catarina Martins assumiu que há diferenças de posição, residindo sobretudo na ideia sobre se a Ucrânia deve ter ou não acesso a armas para se poder defender, depois de Lula da Silva, Presidente do Brasil, ter reafirmado que condena a invasão mas não quer participar numa guerra e defende uma solução pacifica.
À margem de um debate sobre o 25 de Abril, em Oeiras, a líder do Bloco de Esquerda (BE) assumiu que "há realmente uma diferença de opinião e as diferenças de opinião devem ser ditas".
"Dito isto, a mim parece-me particularmente importante é garantir que o Brasil mantém nas Nações Unidas a posição que tem tido, tanto de condenação da invasão russa, como da exigência da retirada das tropas russas", sublinhou.
A líder do Bloco reprovou por isso que "a direita mais radicalizada" esteja a "tentar criar polémicas sucessivas com a vinda de Lula da Silva", o Presidente do Brasil que iniciou hoje uma visita oficial a Portugal, e diz que o faz para tentar esconder outras coisas.
Está a fazê-lo, prosseguiu, referindo-se ao Chega, para tentar esconder que convidou para Lisboa "um dos maiores apoiantes de Putin [Vladimir, o Presidente russo], Matteo Salvini, e um homem que é considerado pela Transparência Internacional como tendo montado a maior rede de corrupção institucionalizada, que é Jair Bolsonaro [ex-Presidente do Brasil] .
André Ventura, líder do Chega, disse recentemente que Jair Bolsonaro e Matteo Salvini vêm a Lisboa em maio para um encontro organizado pelo partido com figuras da extrema-direita de vários países.
Catarina Martins frisou ainda, sobre a posição do Presidente do Brasil quanto à invasão russa da Ucrânia, que "a ideia de que é preciso uma cimeira da paz e o envolvimento e o desejo dos vários países na paz é uma ideia fundamental".
"As posições nas Nações Unidas têm tido um grande consenso internacional. E é importantíssimo que se mantenha isso", insistiu.
A Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução, logo após o lançamento da agressão militar russa, a exigir a "retirada imediata" das tropas russas da Ucrânia e uma paz "justa e duradoura", que contou com o voto a favor do Brasil.
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