"Lula da Silva vai estar no dia 25 de abril no parlamento, terá oportunidade de se dirigir ao parlamento em si, o que é importante, e continuará o seu percurso. Acho que não vale a pena estarmos a criar um caso sobre cada ponto da agenda da visita do Presidente brasileiro a Portugal, pois é absurdo. Percebo que a direita mais radicalizada queira criar muitos casos sobre Lula da Silva", afirmou a coordenadora do BE, Catarina Martins.
O Presidente do Brasil será recebido na Assembleia da República numa sessão de boas-vindas em que intervirá, antes da sessão solene que assinalará os 49 anos do 25 de Abril.
A coordenadora bloquista falava aos jornalistas numa conferência na sede nacional do BE, em Lisboa, para anunciar que, segunda-feira, o partido vai apresentar no parlamento um projeto de resolução para a Proteção dos Rendimentos Face à Inflação e Rejeição do Programa de Estabilidade 2023/27, apresentado pelo Governo a 17 deste mês.
Insistindo na ideia de que Lula da Silva apenas falará no parlamento no âmbito da visita oficial que está a efetuar a Portuguesa, Catarina Martins lembrou que, ao contrário do que "pretende a direita e a extrema-direita", o Presidente brasileiro recuperou o Brasil para o respeito pelos Direitos Humanos.
"[Lula da Silva] trouxe o Brasil de novo ao caminho do respeito pelos Direitos Humanos, ao respeito pelo Direito Internacional, o que é muito importante, registo que deixa a extrema-direita muito chateada, sobretudo por [o ex-Presidente Jair Bolsonaro] não ter ganhado as eleições" brasileiras de 2022, considerou a dirigente bloquista.
"Mais, [a extrema-direita portuguesa] vai trazer Jair Bolsonaro a Portugal num momento em que o ex-Presidente do Brasil está a ser investigado por contas que não é capaz de dar e quando a organização Transparência Internacional já o acusou de ter montado a maior rede de corrupção institucionalizada, como se não bastasse o genocídio que provocou nalgumas zonas do Brasil ao recusar-se a responder à covid-19 e a deixar as populações indígenas completamente desprotegidas", argumentou.
Catarina Martins aludia à cimeira da direita mundial, que vai decorrer durante dois dias em maio, em Portugal, organizada pelo Chega, liderado por André Ventura, e que contará, além de Bolsonaro, com o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, entre outras personalidades.
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