"As populações e os trabalhadores perderam força e está na hora de garantir que no parlamento volte a estar a voz da luta pelos seus direitos", disse à Lusa Edgar Silva.
O candidato da coligação PCP/PEV esteve durante a manhã de hoje numa ação de campanha, em contacto direto com a população "para apelar ao voto", no Caniço, no concelho de Santa Cruz.
"Estamos a privilegiar o contacto direto e a apelar ao voto, destacando a importância de estar ao alcance das populações o regresso ao parlamento da voz que o povo perdeu nas eleições anteriores", referiu.
Para o candidato, as manifestações de apoio recebidas ao longo da campanha "fazem acreditar que a CDU possa regressar a ter representação parlamentar".
"Estamos confiantes, porque há muitas pessoas a dizerem que vão votar na CDU pela primeira vez, pois reconhecem que o voto agora é para fazer regressar a voz da luta pelos direitos dos mais desfavorecidos", realçou.
Na opinião de Edgar Silva, as pessoas "sentem e sabem que há um conjunto de problemas e de realidades que só têm lugar no parlamento através da CDU".
"O povo pode recuperar a força da sua luta através da CDU, que desenvolve o trabalho que tem a ver com a vida das pessoas, nomeadamente nas áreas do trabalho, saúde, educação e habitação", apontou.
Para o cabeça de lista da CDU, a região necessita de uma força política que "represente e que possa dar respostas aos problemas dos jovens e da população mais desfavorecida, cada vez mais afetados pela conjunta económica".
De acordo com Edgar Silva, embora a CDU tenha perdido a representatividade parlamentar, "tem sido uma presença constante nas lutas laborais em setores essenciais da vida das populações madeirenses, mantendo as suas ações na luta pelos trabalhadores".
"O reconhecimento do nosso trabalho é sentido por muita gente e penso que se pode converter no voto útil, ou seja, que pode ter uma expressão eleitoral que nos permita voltar a estar representados no parlamento", concluiu.
As eleições legislativas na Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, estão marcadas para o próximo domingo, onde concorrem 14 candidaturas que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, que fez cair o Governo regional e levou à dissolução da Assembleia Legislativa da Madeira em janeiro pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O Chega justificou a moção de censura com as investigações judiciais que envolvem membros do Governo regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD).
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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