Do "arremesso político" ao "grande quadro do PS". A entrevista de Costa

Das acusações a Montenegro, que usa a comissão de inquérito à TAP como "arremesso político" e "não disse o que era necessário dizer" sobre o Chega, aos elogios a Pedro Nuno Santos, "grande quadro político do PS". Eis tudo o que António Costa disse em entrevista à RTP, ponto por ponto.

Notícia

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
23/04/2023 23:25 ‧ 23/04/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

António Costa

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, falou, este domingo, dia em que decorreram as comemorações do 50.º aniversário do partido, sobre uma possível dissolução da Assembleia da República, a comissão parlamentar da TAP, o futuro da carreira política de Pedro Nuno Santos e a posição do PSD em relação ao Chega.

Dissolução da AR? "Portugueses não estão nem aí"

Em entrevista à estação pública, António Costa começou por referir as ‘ameaças’ de dissolução do Parlamento devido às constantes polémicas do Governo, que considerou serem alimentadas “pela bolha mediática e certo mundo político”

“Eu percebo que há aqui uma direita que não consegue suportar a ideia de que este mandato parlamentar se cumpra e que não são capazes de respeitar a vontade dos portugueses”, disse, reiterando que os eleitores “votaram pela estabilidade de quatro anos”. 

"Nós temos de nos habituar, primeiro, a respeitar a vontade dos cidadãos. E a vontade dos cidadãos foi muito clara", defendeu.

Eu acho que os portugueses não estão nem aí [para uma dissolução]. Os portugueses manifestamente não querem dissolução nenhuma. Os portugueses não querem que os políticos criem problemas. O que os portugueses querem é que os políticos resolvam problemas", reforçou.

Montenegro não disse "com o Chega nada, nada, nada"

Neste sentido, António Costa falou sobre a ligação entre o PSD e o Chega e considerou que o líder dos sociais-democratas, Luís Montenegro, não disse o que seria necessário para se demarcar claramente do partido de André Ventura: "com o Chega nada, nada, nada"

Interrogado se não ficou descansado quando Luís Montenegro numa entrevista recente excluiu governar ou aceitar o apoio de partidos "racistas, nem xenófobos, nem oportunistas, nem populistas", o líder dos socialistas e primeiro-ministro realçou nessa frase "o que não diz".

"Não disse o que era necessário dizer: não haverá nenhum acordo com o Chega", realçou.

Para António Costa, o que o presidente do PSD deveria ter dito era "com o Chega nada, nada, nada", mas "não disse, e era isso que deveria ter dito".

As críticas ao líder do PSD continuaram no tema da comissão parlamentar de inquérito à TAP, com o primeiro-ministro a admitir ficar “perplexo” por Montenegro não adotar “um comportamento institucional e confiar nas instituições”.

“As comissões de inquérito não são uma arma de arremesso político. Se são, perdem a sua credibilidade”, acrescentou. 

TAP? "Comissão deve apurar toda a verdade doa a quem doer"

Ainda sobre a TAP, Costa afirmou que a comissão parlamentar de inquérito à TAP deverá “apurar toda a verdade doa a quem doer”, mas sublinhou que o Governo “deve respeitar o seu funcionamento”.

A comissão de inquérito deve exercer as suas funções, apurar a verdade doa a quem doer. Agora, o Governo deve respeitar o funcionamento da comissão parlamentar de inquérito. O Governo não pode estar a comentar - nem deve estar a comentar - o que é que diz cada pessoa que é ouvida, ou cada documento que é entregue”, explicou, acrescentando que interferir “seria uma total irresponsabilidade”.

"PNS é indiscutivelmente um dos grandes quadros políticos do PS"

Questionado sobre se o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que se demitiu na sequência das polémicas na TAP, e que ainda poderá vir a ser o seu sucessor, Costa afirmou que não irá “interferir” e os “militantes do PS são livres de escolher”.

“O que fiz, enquanto secretário-geral, e que é meu dever, é procurar identificar quem são os melhores quadros do PS, mobilizá-los para a ação política e dar oportunidade para que provem as suas capacidades”, referiu.

"O Pedro Nuno Santos é indiscutivelmente um dos grandes quadros políticos do Partido Socialista", acrescentou, frisando que a "vida política tem momentos de sucesso e momentos de insucesso".

Leia Também: "Em democracia temos o dever de honrar os nossos mandatos"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas