O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, considerou, esta sexta-feira, que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, utilizou o seu adjunto, Frederico Pinheiro, como "bode expiatório" na polémica da TAP. Já André Ventura, do Chega, falou em "vingança" do ministro e defendeu que este "não tem condições políticas para continuar a governar".
Sublinhe-se que o adjunto do gabinete do ministro das Infraestruturas foi exonerado, na quarta-feira, por “comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes ao exercício das suas funções num gabinete ministerial”. Frederico Pinheiro é visado na troca de informações divulgada na comunicação social, na quinta-feira, sobre a polémica na TAP.
“Estamos a falar de alguém que, segundo foi revelado, pediu autorização ao ministro Galamba para que a CEO da TAP assistisse a uma reunião e essa autorização foi dada pelo ministro Galamba. Agora, aparece como sendo sacrificado neste processo para tentar desviar atenções, agilizar responsabilidades”, acusou Rui Rocha, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita à OviBeja.
Na ótica do líder dos liberais, a demissão de Frederico Pinheiro “não faz nenhum sentido”, sublinhando que “as responsabilidades” pelo caso “estão bem acima e são essas que devem ser apuradas”.
“É um bode expiatório. É mais um caso em que o Governo e o Partido Socialista usam sempre pessoas de menor relevância política para tentarem aliviar a sua responsabilidade e desviar atenções”, sustentou, acrescentando que “António Costa deveria falar aos portugueses” sobre o caso da TAP.
Já o líder do Chega, André Ventura, defendeu que deveria ser o ministro das Infraestruturas a demitir-se e falou numa “ação de vingança” e “impunidade” do governante.
“Esta ação de vingança, mas sobretudo de impunidade e de desresponsabilização de João Galamba mostra bem o estado de desorientação em que se encontra o Governo socialista”, referiu Ventura numa mensagem de vídeo, citada pela SIC Notícias.
Para André Ventura, o caso “implica” João Galamba, que “sabia desta preparação de reuniões que desprestigia a democracia”. “Quem tem de sair não deveria ser o adjunto, deveria ser João Galamba a assumir essa responsabilidade. João Galamba, tal como Fernando Medina, há muito tempo que perderam as condições políticas para continuar a governar”, sublinhou.
Em causa está a coordenação de uma reunião secreta do PS com a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, através de mensagens de Whatsapp e correio eletrónica, que foram ontem divulgadas pela SIC e pela CNN Portugal.
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