CDS pede a Marcelo que exija demissão de João Galamba

A posição de Nuno Melo surge após ter sido noticiada mais uma polémica no seio do Executivo socialista, desta vez protagonizada por João Galamba e, também, por um adjunto do seu gabinete que foi, entretanto, exonerado.

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Ema Gil Pires
28/04/2023 22:17 ‧ 28/04/2023 por Ema Gil Pires

Política

CDS-PP

O presidente do CDS, Nuno Melo, apelou esta sexta-feira ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que "exija do primeiro-ministro", António Costa, a demissão do ministro das Infraestruturas, João Galamba.

"Não sendo de crer que o ministro João Galamba peça a respetiva demissão, ou que António Costa a decida, como seria suposto num quadro de normalidade democrática, o CDS faz um apelo direto ao Presidente da República para que, a exija do primeiro-ministro", pode ler-se num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.

A posição de Nuno Melo surgiu após ter sido noticiada mais uma polémica no seio do Executivo socialista, desta vez protagonizada por João Galamba e, também, por um adjunto do seu gabinete que foi, entretanto, exonerado.

"A repetição permanente de casos e a total ausência de estatura e sentido de Estado de sucessivos governantes socialistas, degrada e mina perigosamente a credibilidade das instituições democráticas e arrasta Portugal para o fundo", considerou, desta feita, o presidente dos centristas.

Sobre a mais recente polémica, Nuno Melo destacou a ocorrência de "cenas de pugilato no gabinete do ministério das Infraestruturas", e a "denúncia de que 'houve combinação de perguntas e respostas' da CEO da TAP, envolvendo o Governo e o grupo parlamentar do PS , com o próprio ministro João Galamba, a querer 'ocultar o envio das notas dessa reunião, caso fosse requerido pela comissão de inquérito'”, como os "casos mais recentes de uma rotina que se manifesta desde o início da legislatura".

No mesmo comunicado, o líder do CDS recordou que o partido pediu, em dezembro de 2022, "a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições legislativas antecipadas", por estar convicto "de que o ciclo socialista se esgotara, o país estava num pântano e o futuro mostraria que a situação política só se podia agravar".

"É hoje evidente que o CDS tinha toda a razão", concluiu ainda Nuno Melo.

O comunicado agora divulgado surge depois de Frederico Pinheiro, o ex-adjunto do gabinete do ministro das Infraestruturas, ter acusado João Galamba de querer mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP.

Entretanto, numa nota enviada às redações, o gabinete de João Galamba negou "categoricamente" tais acusações, "de que, por qualquer forma, tenha procurado condicionar ou omitir informação prestada à CPI da TAP".

Tudo isto após Frederico Pinheiro ter sido exonerado do cargo que ocupava, após o mesmo ter alegadamente adotado "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes ao exercício das suas funções num gabinete ministerial", conforme a informação avançada pelo gabinete de João Galamba à agência Lusa.

O Governo avançou ainda com uma queixa-crime contra Frederico Pinheiro, pelo facto de ter levado dois computadores do Estado para casa, reporta a CNN Portugal. Um deles continha, inclusive, informação classificada.

Esta polémica despertou após a ex-CEO da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, ter revelado, em plena Comissão de Inquérito, que esteve presente numa reunião com deputados socialistas e membros do Governo, na véspera da sua audição, em janeiro.

Semanas depois, a SIC Notícias divulgou mensagens que provam que os envolvidos na reunião tinham combinado as perguntas e respostas que iam estar em destaque na Comissão, que visava analisar a indemnização de 500 mil euros atribuída a Alexandra Reis quando abandonou a administração da TAP.

Leia Também: PSD e Chega pedem audição na CPI de adjunto de Galamba exonerado

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