À margem da manifestação do Dia do Trabalhador, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre a recente polémica com a exoneração do adjunto do ministro das Infraestruturas, tendo reiterado ser "muito difícil considerar que o ministro João Galamba tenha condições para continuar porque está fragilizado politicamente", mas deixou claro que este "não é o único problema do Governo".
"O Presidente da República lê a preocupação popular e percebe que há uma dificuldade no país quando as pessoas sentem que o Governo está muito fragilizado e descredibilizado e portanto essa sensibilidade do senhor Presidente da República eu diria que é de qualquer pessoa neste país", enfatizou, quando questionada sobre as declarações de hoje do chefe de Estado.
A líder do BE continua "muito perplexa por ainda não ter ouvido o senhor primeiro-ministro".
"Mas espero a qualquer momento que o senhor primeiro-ministro venha falar ao país porque não é sustentável, num caso com esta dimensão, num dossiê de uma empresa estratégica para o país em que se colocaram tantos milhões de euros públicos e um dossiê que o senhor primeiro-ministro durante tanto tempo quis ser ele a dirigir pessoalmente, que havendo tantas perguntas sem resposta, o primeiro-ministro não diga nada ao país. Isto é completamente insustentável", criticou.
Na análise de Catarina Martins, "o país tem dois problemas".
"É um Governo muito fragilizado, mas também regras da economia muito injustas e é precisamente por estarem estas duas coisas tão mal que a população se revolta, saí à rua e pede mudanças grandes", considerou.
Com o executivo de António Costa "envolvido em casos", segundo a líder do BE, "há uma certa tendência para dizer que se fala dos casos para esconder que a economia está a crescer e até está a correr bem".
"De facto o problema que nós vemos no país é outro, é que ainda que a economia cresça quem trabalha pergunta 'cresce para quem?'", disse, lamentando que os salários e as pensões sejam "cada vez mais pequenos face aos preços que continuam a subir".
Por outro lado, para Catarina Martins, "também os casos do Governo não são tão 'casinhos' quanto isso, revelam problemas graves na forma como as instituições do Estado funcionam".
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