Costa falou com Marcelo sobre caso das Infraestruturas, mas não sobre SIS
O primeiro-ministro afirmou hoje que falou com o ministro das Infraestruturas apenas depois da atuação do SIS, tal como falou naquela noite com outros ministros e com o Presidente da República.
© Lusa
Política António Costa
Esta resposta foi dada ao líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, mas depois complementada em discussão com o presidente do Chega, André Ventura, tendo António Costa clarificado que não falou com Marcelo Rebelo de Sousa sobre a atuação dos serviços de segurança.
"Se eu disse de alguma forma que tinha informado o senhor Presidente da República sobre a intervenção do SIS, aproveito a sua pergunta para corrigir imediatamente. Eu nunca informei o senhor Presidente da República sobre a intervenção do SIS, que fique claro". disse o primeiro-ministro a Ventura.
Antes, em resposta a Miranda Sarmento, o primeiro-ministro tinha afirmado: "No dia em que regressei de férias, um jornalista da RTP perguntou-me se tinha tido prévio conhecimento e eu disse que não tive, o que era rigorosamente verdade. Outra coisa a que não respondi porque também ninguém me perguntou era saber se eu tinha ou não falado com o ministro João Galamba, como falei com outros ministros, com o Presidente da República e com 'n' pessoas".
Na sua intervenção na primeira ronda do debate sobre política geral, na Assembleia da República, o líder do Chega apontou que o primeiro-ministro tinha dado "uma notícia nova" na resposta ao PSD, de que informou o senhor Presidente da República da atuação do serviço de informações", querendo saber o que Costa disse a Marcelo Rebelo de Sousa "e quando é que o senhor Presidente da República foi informado que o SIS atuou nestas circunstâncias".
Esta intervenção motivou o esclarecimento por parte do primeiro-ministro.
Ainda em resposta ao líder parlamentar do PSD, Costa afirmou ser "rigorosamente verdade" o que João Galamba disse à comissão de inquérito sobre os acontecimentos da noite de 26 para 27 de abril.
"Tentou ligar-me, eu estava a conduzir, tocou o telemóvel e a minha mulher verificou quem era, quando cheguei ao hotel liguei ao ministro João Galamba que me descreveu o que tinha acontecido e que tinha sido dada informação à PJ e ao SIS", precisou.
Na sua intervenção, o presidente do Chega perguntou ao primeiro-ministro se foi o secretário de Estado Adjunto, António Mendonça Mendes, a dizer ao ministro das Infraestruturas para ligar ao SIS, tendo insistido várias vezes, chegando até a pedir a intervenção do presidente da Assembleia da República, mas Costa não esclareceu.
O líder do executivo afirmou não querer alimentar o "quem falou com quem, a que horas falou com quem".
"E vou cingir-me ao que é essencial. Primeiro, desaparecidos documentos classificados o que é que deve fazer qualquer pessoa responsável? Comunicar de imediato às autoridades, foi o que foi feito e foi muito bem feito. O que é que as autoridades devem fazer? Devem em função do alerta que recebem, do quadro de ameaças que têm estabelecido, agir de acordo com as suas competências legais. No meu entender, foi o que o SIS fez", afirmou.
Perante a insistência de Ventura em querer saber o papel de Mendonça Mendes na atuação do SIS, o chefe de Governo respondeu: "Nunca me ouviu responder sobre qualquer conversa que eu tenha tido consigo, nem nunca ouvirá. Como nunca me ouvirá comentar o que falei ou não falei com o ministro A ou o ministro B, o secretário de Estado A ou o secretário de Estado B".
António Costa reiterou também que tanto a chefe de gabinete do ministro das Infraestruturas, como o SIS "agiram corretamente", defendendo que "deve-se limitar ao mínimo o extravio de documentação que está classificada".
André Ventura considerou que "a proteção indevida a um secretário de Estado Adjunto ou a membros do Governo reforça bem a ideia de que deve ser investigado até ao fim e deve haver uma comissão de inquérito a esta atuação e ao que verdadeiramente aconteceu".
[Notícia atualizada às 17h27]
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