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"A maioria absoluta está a destruir este Governo"

Francisco Louçã realça ainda que na "Geringonça não havia secretários de Estado que duravam um dia".

"A maioria absoluta está a destruir este Governo"
Notícias ao Minuto

10:01 - 25/05/23 por Notícias ao Minuto

Política Francisco Louçã

O fundador do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, disse esta quinta-feira, em entrevista à 'Hora da Verdade' do Público/Rádio Renascença, que "a maioria absoluta está a destruir este Governo" e que todos os governos que têm maioria absoluta consideram-se "donos do Estado", dando o exemplo do Executivo de Cavaco Silva.

"Claro que um exemplo do manual de ciência política será sempre a maioria de Cavaco Silva. Cavaco Silva não ia ao Parlamento discutir com os parlamentares. Ia lá uma vez por ano no debate do estado da nação e no debate do Orçamento. Não havia debates regulares. Chegou a ser discutido os corredores em que os jornalistas não poderiam circular dentro do Parlamento. De apropriação do Estado ficamos bem conversados", sublinhou.

Sobre o atual Governo, Louçã, defendeu que o primeiro-ministro, António Costa, "decidiu romper a aliança" com o Presidente da República ao manter João Galamba no cargo de ministro das Infra-Estruturas e fez isto com o objetivo de ou provocar eleições antecipadas ou desgastar Marcelo Rebelo de Sousa.

"O Governo entende que tem o quinto milagre de Fátima à sua disposição, que é o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]. E que o PRR vai refazer o país, fazer correr rios de leite e de mel que vão chegar às pessoas e deslumbrá-las com a mudança da sua vida. É falso. Se esse é o raciocínio do Governo, caminha para o precipício", salientou.

O cenário de eleições antecipadas é assim, segundo o bloquista, agora mais "provável", uma vez que João Galamba se tornou "irremodelável". Contudo, Louçã acredita que o Chefe de Estado vai esperar "que o Governo se vá desgastando" antes de demitir o Governo ou dissolver a Assembleia da República.

"Marcelo esperará todo o tempo necessário para que o Governo se vá desgastando. E, com franqueza, para que haja esse fenómeno de apodrecimento, de degradação", concluiu.

Leia Também: O caso Galamba, Tutti Frutti e populismos: Os tópicos do debate com Costa

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