Da "mobilização" à "árvore nova". Partidos reagem ao discurso de Marcelo

Pedido de Marcelo para cortar "ramos mortos, que atingem a árvore" marcou o seu discurso. Se uns consideraram que Portugal precisa antes de "uma árvore nova", outros viram o discurso do Presidente como uma mensagem de "mobilização". Eis o que disseram os partidos.

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© Rui Ochoa /Presidência da República

Notícias ao Minuto com Lusa
10/06/2023 15:45 ‧ 10/06/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

10 de Junho

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, discursou, este sábado, nas celebrações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no Peso da Régua, distrito de Vila Real. Num discurso marcado por alguns 'recados', o chefe de Estado considerou que "é preciso cortar os ramos mortos, que atingem a árvore toda", ao mesmo tempo que pediu um Portugal "mais forte e mais justo cá dentro", com "mais riqueza, mais igualdade e mais coesão".

País será capaz de "gerar mais oportunidades" e "mais riqueza"

O líder do Partido Social Democrata (PSD) foi um dos primeiros a reagir ao discurso de Marcelo, corroborando as suas palavras e referindo que acredita que o país será capaz de "gerar mais oportunidades", criar "mais riqueza" e fixar os jovens.

"Quero corroborar o que disse o Presidente da República, acredito muito no futuro de Portugal. Tenho esperança de que seremos capazes de gerar mais oportunidades, de criar mais riqueza e fixar os nossos jovens", afirmou Luís Montenegro, que disse querer falar apenas dos "temas muito importantes" do país.

"Hoje, quero dizer que vale a pena acreditar em Portugal. O país pode e deve saber que o PSD não desiste de Portugal. O líder do PSD quer ser primeiro-ministro, mas não é para preencher nenhum capricho, é para dar mais desenvolvimento ao país", referiu.

"Mais do que a poda", Portugal precisa de "uma árvore nova"

Por sua vez, o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, defendeu que "mais do que uma poda", o país precisa "de uma árvore nova".

"A árvore está contaminada e, portanto, mais do que a poda que o senhor Presidente da República recomenda, o que nós precisamos no país é de uma árvore nova", disse hoje Rui Rocha, em reação ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa.

Rui Rocha interpretou as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa entendendo os "ramos que é preciso cortar como ministros", na "metáfora que o senhor Presidente da República quis fazer", questionando, além da permanência no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba, também a da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, ou do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

"Há vários ramos deste Governo que são ramos que não têm viabilidade, já mostraram que não têm condições para estar no Governo", defendeu.

PS saúda mensagem de "mobilização, unidade e continuidade" 

Já o dirigente socialista Porfírio Silva saudou hoje a mensagem de "mobilização, unidade, persistência e continuidade" do Presidente da República.

"O senhor Presidente da República, não se referindo às questões circunstanciais, mas referindo-se ao longo prazo, referindo-se ao essencial, àquilo que faz com que todos nos sintamos orgulhosos de ser portugueses, transmitiu a mensagem importante, que é sempre uma mensagem importante para um país enfrentar aquilo que tem que fazer. E é essa mensagem de mobilização, de unidade, de persistência, de continuidade, que o PS saúda vivamente e penso que marcou este 10 de Junho", considerou Porfírio Silva.

Interrogado sobre como leu as palavras de Marcelo quando considerou necessário "cortar os ramos mortos que atingem a árvore toda", Porfírio Silva respondeu que "como o próprio senhor Presidente da República disse, o discurso do 10 de Junho não foi um discurso sobre a atualidade, não foi sobre o dia-a-dia, foi sobre os grandes desafios do país".

Chega elogia mensagem de Marcelo e pede corte de "ramos infetados"

O líder do Chega elogiou o discurso do Presidente da República e apelou ao Governo que corte "os ramos infetados". André Ventura insistiu na existência de uma alternativa à direita.

"O Chega reconhece-se na mensagem do senhor Presidente da República e volta a apelar ao Governo que, neste momento, seja capaz de fazer não só as reformas de que o país precisa, mas de cortar os ramos infetados, degradados, destrutivos, que o país tem que cortar", defendeu André Ventura, num vídeo enviado às redações.

O deputado e dirigente do Chega reafirmou "a disponibilidade, vontade e convicção, de que há uma maioria alternativa ao Governo socialista para governar Portugal, e levar o país às reformas" necessárias, defendendo que "essa maioria tem que ser de direita".

CDS diz que "não basta cortar ramos mortos, porque a árvore já está seca"

O líder do CDS-PP também elogiou o discurso do chefe de Estado, mas defendeu que "já não basta apenas cortar alguns ramos mortos, porque a árvore já está seca", criticando o executivo socialista.

Numa mensagem enviada à imprensa, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, considera que "a maioria absoluta do PS falhou em toda a linha", tal como o partido "tem alertado nos últimos meses, e não há volta a dar".

"O CDS-PP concorda com o senhor Presidente da República quando afirma que Portugal é mais pobreza do que riqueza, mais desigualdade do que igualdade, mais razões para partir, às vezes, do que para ficar. E a liberdade, a saúde, a educação e a Segurança Social são cada vez mais retratos de um país profundamente insatisfeito com a governação socialista", lê-se na mensagem.

Recorde-se que as comemorações do Dia de Portugal, de Camões das Comunidades Portuguesas terminaram hoje no Peso da Régua com a tradicional cerimónia militar do 10 de Junho, depois de terem passado pela África do Sul.

O Presidente da República defendeu que Portugal não pode desistir de criar mais riqueza, igualdade e coesão, considerando que só isso permitirá que continue a ter a sua "projeção no mundo".

[Notícia atualizada às 18h10]

Leia Também: Marcelo enaltece "inabalável espírito de missão" dos combatentes

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