Francisco César falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de o Eurostat ter divulgado dados segundo os quais Portugal apresentou uma taxa de risco de pobreza de 20,1%, um recuo face aos 22,4% de 2021 e em linha com os 20% de 2020.
Entre os Estados-membros, as maiores taxas de risco de pobreza ou exclusão social foram registadas, no ano passado, na Roménia (34%), Bulgária (32%), Grécia e Espanha (26% cada) e as menores na República Checa (12%), Eslovénia (13%) e Polónia (16%).
De acordo com Francisco César, "Portugal registou a maior descida do risco de pobreza e de exclusão social da União Europeia, já não integrando o grupo dos lugares cimeiros" deste indicador.
"Portugal não só não está neste grupo como se encontra mais perto dos Estados-membros com melhores resultados ao nível do risco de pobreza e de exclusão social. Portugal tem um risco de pobreza já inferior à média da União Europeia. Desde 2015, a diminuição feita contemplou cerca de 660 mil pessoas -- uma redução na ordem dos 25%", acentuou.
Francisco César ressalvou que o país "tem um longo caminho a realizar" em matéria de combate à pobreza, mas observou que, em relação às crianças, em Portugal, desde 2015, "mais de 220 mil crianças saíram do risco de pobreza e exclusão social".
"Estamos perante uma redução histórica", concluiu, antes de apontar que medidas recentes tomadas pelo Governo, como a Agenda para o Trabalho Digno, o acordo de rendimentos e competitividade, ou as creches gratuitas, ainda não tiveram o seu impacto traduzido nos dados agora divulgados pelo Eurostat.
"Isto quer dizer que, mesmo com a pandemia de covid-19, os números que Portugal apresenta ao nível da diminuição do risco de pobreza e exclusão social são favoráveis e que incentivam. No próximo ano, quando tivermos novos dados, esperamos que ainda sejam melhores", defendeu o deputado socialista eleito pelo círculo dos Açores.
Perante os jornalistas, o vice-presidente da bancada do PS assinalou também outros indicadores económicos, dizendo que o emprego está "nos níveis mais altos de sempre, assim como as exportações".
"Os números revelam que Portugal tem feito uma evolução muito consistente em relação a objetivos de melhoria dos rendimentos das famílias, melhoria da competitividade das empresas e aumentar salários", acrescentou.
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