Alexandra Leitão, ex-ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, considerou, no domingo, que "valeu a pena" a existência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP, salientando, no entanto, que existiram "diversos momentos" de discussão de temas que "têm pouco a ver com o assunto" da comissão.
"Um dos papéis da Assembleia da República é fazer a fiscalização política do trabalho do Governo e, portanto, nessa medida, as comissões de inquérito são uma forma de fazer essa fiscalização em nome do princípio da separação de poderes e do estado de direito democrático. Melhor ou pior, com piores ou melhores resultados que a comissão tenha tido, queria salientar que o PS viabilizou não só a própria existência da comissão, como viabilizou em vários outros momentos várias audições nessa comissão", começou por dizer Alexandra Leitão no seu espaço de comentário no programa 'O Princípio da Incerteza' na CNN Portugal.
Por outro lado, a deputada lamentou que a CPI tenha tido "diversos momentos" de discussão de temas que "têm pouco a ver com o assunto" da comissão que, relembra, era destinada a discutir à gestão política da TAP.
Entre os "acontecimentos" em causa está a polémica no interior do Ministério das Infraestruturas, em abril, e as seguintes consequências na relação entre o primeiro-ministro António Costa e o presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
"Tenho pena que esses episódios tenham ocupado em grande parte o tempo e o tema da CPI. Não estou a dizer que não deviam ser analisados, mas fizeram com que se discutisse de menos aspetos que gostaria de ver melhor esclarecidos, como a questão da gestão pública vs. gestão privada da TAP e a questão da sua privatização e depois a opção de nacionalizar a seguir. Tudo isto deveria ter sido discutido com mais detalhe, com mais profundidade", afirma a socialista.
Numa nota final, Leitão comenta a presença de Pedro Nuno Santos na CPI, considerando que o ex-ministro das Infraestruturas "continua a ser uma mais-valia e o mais credível candidato a sucessor" de António Costa.
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