Cartazes "violentos"? "Marcelo está a dessolidarizar-se de Costa"
O comentário é da ex-eurodeputada Ana Gomes, acerca da posição do Presidente da República em relação aos cartazes empunhados por professores no Dia de Portugal.
© Getty Images
Política Ana Gomes
A ex-eurodeputada Ana Gomes, analisou, no domingo, a posição do Presidente da República em relação aos polémicos cartazes empunhados por professores, no sábado, num protesto durante as celebrações do Dia de Portugal, de Camões das Comunidades Portuguesas, no Peso da Régua, e que visavam o primeiro-ministro, António Costa.
Em declarações no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias, Ana Gomes referiu que o comentário de Marcelo Rebelo de Sousa acerca dos cartazes contra António Costa banaliza um ataque racista e que o chefe de Estado está a "dessolidarizar-se" do primeiro ministro.
"O Presidente da República está a dessolidarizar-se do primeiro-ministro e da sua mulher que foram alvo daqueles cartazes violentos e de insultos racistas", referiu.
"É mesmo muito perigoso e muito antipedagógico quando está em causa um ataque racista", acrescentou ainda.
Recorde-se que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que a ação foi levada a cabo por "uma minoria muito, muito pequena" de docentes e sublinhou que "não ofende quem quer, só ofende quem pode". "Isso significa que só verdadeiramente ofende quem tem estatuto para ofender", acrescentou Marcelo.
Interrogado sobre se António Costa não devia ficar ofendido, Marcelo continuou: "E o estatuto significa quem, verdadeiramente, quando faz o que faz, está a pensar num bem maior (...) Eu acho que não se pode confundir uma minoria muito muito pequena de professores que tenham radicalizado o seu comportamento, mas há muito que digo que há um risco para um setor minoritário dos professores que é radicalizar os ataques", acrescentou.
Sublinhe-se que os cartazes em questão continham uma caricatura do primeiro-ministro com nariz de porco e um lápis espetado em cada olho.
Ao chegar ao local das cerimónias oficiais militares do Dia de Portugal, a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu, exaltou-se com alguns dos comentários dos professores em protesto.
Inicialmente, António Costa pediu à mulher para não responder aos comentários, mas depois virou-se para trás e gritou "racista", visivelmente exaltado.
Mais tarde, em declarações aos populares que o esperavam, o primeiro-ministro considerou que os protestos fazem "parte da liberdade e da democracia".
"Com melhor gosto, com pior gosto, com estes cartazes um pouco racistas, mas pronto, é a vida", frisou.
Leia Também: Cartazes contra Costa? Remetem para um "ódio vesgo e destrambelhado"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com