Segundo o comunicado da PJ, foram realizadas 20 buscas, das quais 14 domiciliárias, cinco a instalações do partido e uma a instalações de um revisor oficial de contas, dispersas pela zona da Grande Lisboa e na região norte do país.
"Está em causa a investigação à utilização de fundos de natureza pública, em contexto político-partidário, existindo suspeitas da eventual prática de crimes de peculato e abuso de poderes (crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos), a factos cujo início relevante da atuação se reporta a 2018", indicou a nota da força de segurança.
A operação foi levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e acompanhada por seis procuradores do Ministério Público e um juiz de instrução criminal, além de outras divisões e unidades da PJ, com um total de "cerca de 100 inspetores e diversos peritos informáticos e financeiros".
Por último, a PJ adiantou que a investigação vai continuar com um "exame integral" das provas recolhidas, num inquérito que está entregue ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa - que também já publicou nota sobre a investigação.
A informação sobre esta operação da Judiciária foi anteriormente confirmada à Lusa por fonte policial, após ser avançada pela CNN, que adiantou que as buscas se estendiam ainda a outros dirigentes e funcionários do PSD - como Hugo Carneiro, que disse, entretanto, ter colaborado "totalmente" com as autoridades.
Segundo a estação televisiva, as buscas visavam um alegado uso indevido de dinheiros públicos na anterior gestão do partido, através de verbas da Assembleia da República definidas para a assessoria dos grupos parlamentares e que seriam utilizadas para pagar funcionários do partido que não trabalhariam no parlamento.
Entretanto, o PSD assegurou também que "prestará toda a colaboração" com a justiça e informou que, segundo as autoridades, a investigação abrange o período de 2018 a 2021, anos em que Rui Rio era presidente do partido.
Em comunicado, os sociais-democratas confirmaram que "a sede nacional e a sede distrital do Porto foram hoje objeto de buscas por parte da Polícia Judiciária".
As autoridades acreditam que Rui Rio teria conhecimento do esquema, uma vez que, além de presidente do PSD, foi líder da bancada parlamentar social-democrata de novembro de 2019 a setembro de 2020.
Em declarações à estação, a partir do seu apartamento, no Porto, Rui Rio disse estar "tranquilo".
Leia Também: PJ realiza buscas por alegados crimes na gestão do PSD. Rui Rio visado