Alexandra Leitão, ex-ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, considerou, no domingo, que não vê "nenhuma atuação ilítica" no que diz respeito à investigação realizada à gestão do Partido Social Democrata (PSD), que também envolveram Rui Rio.
"Tendo em conta o ponto de partida, ou seja, pelo que se sabe, a norma que é considerada violada, sob financiamento dos partidos, parece-me que dão cobertura a uma prática que é corrente, a prática de utilizar as subvenções para os grupos parlamentares para a assessoria partidária também. Coisa que a lei diz, que são para a atividade política e partidária", começou por dizer Alexandra Leitão, no seu espaço de comentário no programa 'Princípio da Incerteza' da CNN Portugal.
A comentadora salienta, por isso, que "se não houver mais nada logo à partida", que esta será uma "questão menor" e, afirma, "não vejo aqui nenhuma atuação ilícita".
Na sequência de suspeitas de crimes como peculato e abuso de poderes por alegada utilização indevida de dinheiros públicos na anterior gestão do PSD, a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas, na quarta-feira passada, que visam o ex-líder do PSD Rui Rio e outros dirigentes do partido.
As buscas decorreram em vários locais, nomeadamente na sede nacional do PSD, em Lisboa, nas sedes distritais e nas casas de Rui Rio e do deputado social-democrata Hugo Carneiro.
A deputada considerou que houve "um certo sensacionalismo em excesso na forma como as investigações, e concretamente as buscas, foram conduzidas".
"Foram 100 agentes, 14 locais ao mesmo tempo, buscas domiciliárias - portanto, há esta desproporção, a circunstância de, não sei como, a comunicação social ter conhecimento prévio e isso são coisas que devem ser melhoradas", destacou Alexandra Leitão, considerando que "neste tipo de processo, a maior punição que alegados infratores têm, não é o que lhes acontece no processo, é o que já lhes aconteceu em que aparece tudo nas televisões e jornais".
"O próprio sistema judicial devia porfiar mais em encontrar mais onde está a violação do segredo de justiça. O principal interessado que o segredo de justiça seja cumprido é o próprio sistema judicial", ressalvou a ex-governante.
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