"Houve muito tempo para pensar e encontrar soluções que evitassem este desfecho", defendeu, em resposta à Lusa, o vereador social-democrata.
Destacando que além de "distribuir medalhas a músicos consagrados", a autarquia tem de "dar prioridade aos talentos emergentes", Vladimiro Feliz afirmou que "podia ter sido evitado este cenário dos músicos do Stop terem ficado sem espaço para continuar a sua atividade".
"Houve tempo para preparar uma saída que não fosse esta, que preparasse um espaço com condições adequadas para assegurar esta transição, se inviabilizada a questão do Stop", referiu.
À Lusa, Vladimiro Feliz adiantou que se revia na solução de realojamento dos músicos no Silo Auto, mas só se "asseguradas as alterações necessárias para acolher os diferentes músicos, nomeadamente salas de ensaio, produção e armazenamento de material".
"Uma solução na qual nos revimos e que apoiámos, devendo a mesma ser pensada e desenhada com a comunidade musical", acrescentou.
A Lusa tentou obter uma reação da Câmara do Porto, mas a autarquia não quis reagir.
Na terça-feira, mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas pela Polícia Municipal "por falta de licenças de utilização para funcionamento", justificou a Câmara Municipal do Porto.
Centenas de músicos ocuparam durante cerca de cinco horas a Rua do Heroísmo em protesto, obrigando a polícia a desviar o trânsito automóvel para outras artérias da cidade.
Reunidos em plenário, os músicos do Stop decidiram por aclamação convocar uma manifestação para segunda-feira, dia de reunião do executivo municipal, pelas 14:00.
A manifestação irá partir do centro comercial e tem como destino a Câmara Municipal do Porto.
O centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.
A Câmara do Porto apresentou duas alternativas para o realojamento dos músicos, nomeadamente, a escola Pires de Lima e os últimos andares do Silo Auto.
Hoje, depois de se reunir com uma das duas associações que representam os artistas, o presidente da Câmara do Porto indicou como solução para os músicos desalojados do centro comercial Stop a escola Pires de Lima, garantindo que as instalações estariam prontas a receber os artistas no final do ano.
Já os últimos andares do Silo Auto foram apresentados como solução para os músicos em fevereiro, revelou à época Rui Moreira durante uma reunião do executivo, opção que se mantém "disponível", assegurou também à Lusa, na terça-feira, o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto.
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