"Felizmente os portugueses e as portuguesas vivem no país do PS, no país governado pelo PS, não vivem no país negro, macambúzio, sem futuro que constantemente a nossa oposição à direita apresenta", afirmou Eurico Brilhante Dias, durante o debate sobre o estado da nação, na Assembleia da República.
Dirigindo-se ao primeiro-ministro, o líder parlamentar do PS acrescentou: "A estabilidade política é um elemento central, e a pergunta que deixo, a questão que fica, perante a falta de alternativa, e perante os erros da oposição, é como vamos prosseguir com estabilidade política para que daqui a um ano os portugueses e as portuguesas e o país estejam melhores".
"Senhor deputado, só tenho uma divergência consigo. É que há uma alternativa, e a alternativa deles é muito simples: é voltar a andar para trás, para o ciclo de empobrecimento em que sempre governaram", respondeu o primeiro-ministro.
António Costa aproveitou a interpelação do PS para retomar a mensagem que já tinha deixado na sua intervenção inicial de que a oposição errou as previsões, que foi reforçada também por Eurico Brilhante Dias, e lembrou o período de governação PSD/CDS-PP.
Segundo o primeiro-ministro, "eles andam desde 2015 a continuar a errar no diagnóstico, como entre 2011 e 2015 não conseguiram retirar o país da situação do défice excessivo nem de endividamento excessivo a não ser arrastar o país para a austeridade, sem crescimento e com empobrecimento".
No início da sua intervenção, Eurico Brilhante Dias fez alusão a uma afirmação do atual presidente do PSD, Luís Montenegro, quando era líder parlamentar, durante a governação PSD/CDS-PP, de que a vida das pessoas não estava melhor, mas o país estava.
"Portugal está melhor porque os portugueses e as portuguesas estão melhores. Para o PS, Portugal só está melhor se os portugueses e as portuguesas estão melhores. Para nós, não há uma realidade paralela em que o país pode melhorar mas os portugueses e as portuguesas viver pior", contrapôs o socialista.
O líder parlamentar do PS elogiou a ação do Governo "perante a crise, perante as dificuldades, perante a emergência", destacando as "políticas que apoiaram os mais vulneráveis".
Depois, Eurico Brilhante Dias acusou a oposição, e em particular o líder da bancada social-democrata, Joaquim Miranda Sarmento, de continuar "com a cantilena do empobrecimento" e desvalorizar o crescimento da economia, os aumentos dos salários, os números do emprego, o investimento estrangeiro e o índice de confiança dos consumidores.
"Todas as profecias da oposição à direita falharam, não aconteceram, erraram", disse.
Em resposta ao PS, o primeiro-ministro ressalvou que "o país tem muitos problemas, as famílias têm problemas, as empresas têm problemas, os serviços públicos têm problemas".
Logo de seguida, distinguiu nestes termos o Governo e a oposição: "A oposição discursa sobre os problemas, é um exercício de retórica sobre os problemas. Nós não fazemos retórica sobre os problema, os problemas para nós são reais e o que exigem é respostas e soluções, e é para isso que nós trabalhamos".
Relativamente ao discurso da oposição, António Costa contestou em particular a ideia de que o Governo subiu impostos: "A receita sobe porque a economia está a crescer, há muito mais pessoas a trabalhar, os salários estão a subir e por isso as contribuições para a Segurança Social estão a aumentar".
[Notícia atualizada às 16h46]
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