O presidente do Partido Social Democrata falou, esta terça-feira, sobre a medida anunciada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, numa entrevista ao jornal Público, relacionada com o alargamento do regime de apoio à bonificação dos juros do crédito habitação a mais famílias e para que a banca ofereça taxa fixa a quem já tem créditos.
Luis Montenegro apontou que o PSD alertou, há mais de um ano, para "a circunstância de um processo inflacionista que iria acarretar a subida das taxas de juro, que por sua vez iria desembocar nas dificuldades redobradas das famílias, em particular das mais jovens em poderem pagar as prestações dos seus créditos à habitação", tendo defendido a necessidade de serem tomadas medidas para mitigar o problema.
"Já passou um ano e as medidas são sempre apresentadas às pinguinhas e muito mais tarde do que as necessidades das pessoas", disse, em declarações aos jornalistas, no Funchal, na Madeira.
"O Governo anda a empatar as soluções", considerou, exemplificando com as obras na habitação na Região Autónoma da Madeira. "Tudo funciona muito devagarinho, tudo funciona sempre muito tarde. Precisamos de antecipar problemas e soluções também", ressalvou.
Questionado sobre a informação de que uma quebra nos juros levaram à desaceleração na procura dos certificados de aforro, Montenegro referiu que os sociais-democratas já tinham alertado de que esta seria uma consequência neste âmbito. "O que achamos é que o Estado deve estimular também a poupança e deve ter instrumentos que não andem, eles, a reboque de interesses, nomeadamente, do setor bancário e financeiro", rematou.
Montenegro reforçou que há margem para que "salvaguardando o sistema e rentabilidade do sistema financeiro", existe a possibilidade de "retribuir aqueles que têm capacidade de poupar com um juro que seja atrativo". "E o Estado não tem de estar a interferir retirando espaço ás decisões que devem caber aos bancos", defendeu.
Em termos de soluções para as pessoas que estão a sofrer um agravamento dos créditos à habitação, Montenegro apontou que o PSD já tinha apresentado algumas quando foi conhecida o pacote de medidas. "Tem a ver com a capacidade das famílias e pessoas que têm crédito puderem negociar maturidade, prazos dos empréstimos. Tem a ver com o que o ministro vem a reconhecer, a possibilidade conjugar taxas variáveis com taxas fixas", rematou.
[Notícia atualizada às 14h36]
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