PAN pede "mais ação" e menos "planos e planinhos" no combate a incêndios
Inês de Sousa Real considerou que o relator da ONU que esteve em Portugal entre os dias 19 e 27 de setembro de 2022, após o incêndio na Serra da Estrela, deixou claro "que é precisa mais ação do Estado português".
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Política PAN
A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, apelou por “mais ação” por parte do Estado português no que diz respeito ao combate e à prevenção dos incêndios florestais, alertando que, entre “planos e planinhos”, a execução das medidas prometidas pelo Governo não é concretizada.
Tendo como mote o relatório elaborado pelo relator especial para os Direitos Humanos e o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU), David R. Boyd, a parlamentar deu conta das “falhas muito graves” apontadas pelo especialista, que apelou por “mais ação ao Estado português”.
“Há, de facto, falhas muito graves que foram apontadas pelo relatório das Nações Unidas. A preocupação é a palavra que mais ouvimos neste relatório que foi elaborado em 2022, em que efetivamente percebemos que […] Portugal anda a marcar passo naquilo que é a necessidade de prevenir os incêndios, e que, apesar de haver alguns planos nacionais, claramente não há uma aposta na deseucaliptização do país e em plantar árvores autóctones”, disse, em declarações à CNN Portugal, este sábado.
Nessa linha, a deputada considerou que o especialista, que esteve em Portugal entre os dias 19 e 27 de setembro de 2022, após o incêndio na Serra da Estrela, deixou claro “que é precisa mais ação do Estado português”, uma vez “que em áreas mais vulneráveis, onde existe uma população mais idosa, mais crianças, e até mesmo dificuldades de mobilidade, os planos [de resgate] são ausentes e a prevenção está bastante atrasada”.
“Se olharmos para o caso da Serra da Estrela, foram mais de 500 milhões em prejuízos, fora o número incontável de vidas que temos vindo a perder todos os anos para os incêndios”, complementou.
Inês de Sousa Real salientou ainda que esta é, “claramente, uma responsabilidade política”, justificando que “temos visto um atraso sistemático por parte do Governo naquilo que tem de ser o investimento na floresta”.
“A reforma florestal não tem sido feita, continuamos a dar borlas fiscais a quem mais polui e lucra, mesmo com a própria floresta, continuamos a não ter uma execução do PRR em matéria ambiental, o próprio fundo ambiental tem sido utilizado para financiar estas entidades”, explicou, acusando que “entre planos e planinhos acabamos por não ver execução”.
Questionada quanto às alterações climáticas, a porta-voz do PAN foi taxativa, afirmando que “não há lugar ao negacionismo quando temos uma evidência clara dos efeitos que já estão a ser sentidos, seja nos grandes incêndios que vamos ter cada vez mais, seja na necessidade de proteger as pessoas, os animais e a floresta”.
“Portanto, o tempo é de ação e esperamos que o partido que está neste momento no Governo viabilize propostas como as que o PAN tem feito, e que reconheça a importância dos serviços de ecossistema, porque a economia não pode continuar à frente, seja do ambiente, seja das pessoas, seja dos animais”, rematou.
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