O partido pretende entregar na Assembleia Legislativa um requerimento em que pede "explicações sobre o sucedido" ao Governo dos Açores, tal como fez hoje a estrutura regional do Bloco de Esquerda.
"O PAN/Açores teve conhecimento, por intermédio de diversas denúncias que lhe chegaram, que no passado dia 17 de agosto foi realizada uma tourada à corda com touros puros na freguesia da Agualva, concelho da Praia da Vitória, onde os animais ficaram gravemente feridos, acabando por falecer na sequência das lesões causadas", refere a nota de imprensa do partido.
O deputado sublinha que "os padrões de bem-estar animal são transversais a todos os animais e a atividade tauromáquica colide com esses padrões, são incompatíveis".
Pedro Neves refere que "o que aconteceu na Agualva, lamentavelmente, não é caso isolado", sendo que "a gravidade da situação foi tal que nem os promotores do evento conseguiram abafar os gritos de revolta da população".
O BE/Açores questionou hoje o executivo regional sobre o assunto, num requerimento enviado ao parlamento do arquipélago, destacando também que a situação "gerou indignação por parte de várias pessoas e de movimentos da causa animal que alegam que os animais morreram por ferimentos causados durante a tourada".
Em nota de imprensa, força política refere que "estas situações não podem, de forma alguma, ser consideradas normais, pois em causa está o bem-estar destes animais".
Os dois deputados regionais bloquistas questionam quais as medidas que tomadas pelas autoridades presentes no local e que diligências serão tomadas pelo Governo Regional de modo a evitar uma repetição.
"O Bloco considera fundamental que as ocorrências em touradas à corda sejam reportadas de forma transparente e, por isso, quer saber quantos touros perderam a vida por ferimentos ou por outra situação relacionada com a tourada à corda desde 2018 nos Açores", refere-se no requerimento.
O PAN/Açores tem pendente para apreciação e votação na Assembleia Legislativa uma proposta que visa acabar com as atividades tauromáquicas nos Açores.
Em 20 de julho, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) manifestou a sua oposição à proposta legislativa, argumentando que as touradas são "espetáculos culturais" previstos constitucionalmente.
"É considerado como uma violação de um direito constitucional. A cultura não pode definir-se por decreto. A Constituição Portuguesa define a liberdade de acesso à cultura, e como tal, o nosso parecer é contrário ao projeto que aqui nos é apresentado", justificou a secretária regional da Educação e Assuntos Culturais, Sofia Ribeiro, ouvida na Comissão de Assuntos Sociais do parlamento açoriano.
Também o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Sustentável, António Ventura, igualmente ouvido pelos deputados, explicou que as touradas têm cada vez mais aficionados na região, sobretudo na ilha Terceira, onde a tradição está mais enraizada, com grande impacto na economia regional.
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